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‘É UM PORTAL DE BOLSO PARA ANSIEDADE E DEPRESSÃO’

Especialistas discutem o uso excessivo das telas nas universidades e dão dicas de como lidar com a saúde mental 


Por Nuno Melo       Redator: Davi Guedes


Foto: Pexels/Reprodução

Saúde mental em jogo: nos últimos anos, houve uma piora em indicadores de bem-estar dos estudantes


“Na confusa vida de um universitário, o celular é um portal de bolso para a ansiedade e a depressão.” A afirmação é da psicóloga Márcia Zanelatto, psicóloga e professora do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A profissional tenta fazer um balanço da realidade vivida pelos jovens estudantes hoje: do tempo gasto em transportes públicos até as crises climáticas, o cenário, por si só, já seria desolador, mas com as redes sociais, o mal-estar da juventude universitária “triplica”. Nos últimos anos, houve uma piora em indicadores de saúde mental do grupo.


Márcia Zanelatto, que convive no ambiente acadêmico há cerca de 20 anos, demonstra que, embora seja perigoso atribuir o crescimento dos casos de ansiedade somente aos smartphones, é impossível não considerar seu papel nocivo no que ela chama de epidemia de psicopatologia. “É claro que fatores sociais e econômicos interferem, mas existem inúmeros estudos que comprovam que a popularização dos celulares e das redes sociais vem interferindo decisivamente na maneira como os jovens vivem - e sofrem”.


Nos últimos tempos, essa “relação abusiva” entre estudantes e seus celulares tem despertado interesse em profissionais da área da saúde, que buscam avaliar a situação com base no contexto a que esses jovens estão submetidos. A atual vice-coordenadora do Núcleo de Terapia Ocupacional do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), Ana Cláudia Martins, explica que não é possível abolir completamente o uso das telas, já que o cotidiano do universitário é inserido nesse contexto. “O mundo hoje é esse: tarefas diárias, entretenimento, educação e informação Ttudo isso é medido a partir do algoritmo dos serviços on-line. Não adianta querer invalidar essa situação”,  analisa Ana, que propõe aos estudantes admitir criticamente essa conexão para combater os perigos de um comportamento nocivo, responsável por afetar “o pessoal e o acadêmico”.

 

Foto: Pexels/ Reprodução

Estudantes e celulares: excesso de dependência afeta dinâmica na sala de aula


Dessa forma, a vice-coordenadora e terapeuta listou algumas práticas saudáveis que, segundo a ciência, são estrategicamente recomendadas aos estudantes nesse cenário “super ansioso do dia a dia da faculdade”.


  1. Praticar a desconexão regularmente: “É importante reservar momentos de desconexão digital na rotina, principalmente nas relações interpessoais dentro do campus, nos corredores, nos lanche. Podemos criar uma relação de pertencimento com a universidade a  tudo aquilo que a constitui.”


  1. Estabelecer limites de tempo: “Quando estamos em sala, ainda que seja tentador, devemos nos autorregular no uso das telas, até porque, para nosso cérebro, existem muitos estímulos que são despertados em sala. Os celulares podem prejudicar esse processo cognitivo.”


  1. Cultivar relacionamentos reais: “Dentro do processo pedagógico, os encontros presenciais, as atividades em grupo e as discussões face a face são estimulados para, entre outras coisas, fortalecer os laços sociais. É necessário que haja um balanceamento com todo o tempo de isolamento social causado pelos excessos nos usos de celulares e de redes.”

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