Áreas verdes: proteção ou abandono?
- Comunica Uerj
- 29 de mai.
- 3 min de leitura
Por Alice Moraes
Foto: Alice Moraes

Na última vez em que estive em uma área de proteção ambiental, lembro que me sentei e observei a paisagem verde, relaxando naquele ambiente tranquilo e deixando a paz tomar conta de mim. Todo o cenário era muito bom: o vento, as árvores, o barulho das vacas e as borboletas voando por cima da horta.
As áreas de preservação ambiental são importantes porque conservam as áreas verdes, protegem as espécies locais da fauna e da flora, além de incentivar o aprendizado sobre a importância de preservar o meio ambiente. Quando penso em áreas de preservação ambiental, me vêm à mente três exemplos:
Jardim Botânico
É uma das áreas verdes mais bem-preservadas da cidade. Localiza-se na Zona Sul do Rio de Janeiro, no bairro Jardim Botânico, na rua com o mesmo nome, número 1.008. O Jardim mostra a diversidade da flora brasileira, em cerca de seis mil e quinhentas espécies. É onde se localiza o maior herbário do Brasil. Nunca tive a oportunidade de visitar, mas tenho interesse em conhecer um dia. Acho que o Jardim Botânico oferece um grande conhecimento sobre a flora local. Sem contar que ter esse local que conserva a flora brasileira é uma forma de valorizar o ambiente natural.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Floresta da Tijuca
É uma área de conservação da natureza que faz parte do Parque Nacional da Tijuca. No local há trilhas, grutas, cachoeiras e os pontos mais famosos da cidade, como a Pedra da Gávea e o Morro do Corcovado. A área é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). É a quarta maior área verde do país e possui uma biodiversidade espetacular, com mais de 230 espécies de animais e aves.
Apa da Fazendinha no Iapi da Penha
Essa área é um pedacinho de Mata Atlântica na Zona Norte do Rio de Janeiro. Localiza-se na Avenida Brasil, 9.727, fica aberta de segunda à sexta das 7h às 17h e no sábado de 7h às 16h. Já visitei várias vezes e tive experiências incríveis em conhecer os animais, respirar aquele ar fresco, ouvir o canto dos pássaros, estar em contato com a natureza e conhecer uma das últimas áreas verdes da região. Se localiza em um local bem residencial e é uma ótima ideia de passeio para famílias e crianças, já que o espaço contém um parquinho. É legal também para piqueniques e para aqueles moradores da Zona Norte que querem um passeio gratuito, acessível e de contato com a natureza.
Abandono de áreas ambientais
Apesar de toda a beleza das áreas de preservação, é válido lembrar daqueles espaços de natureza que, infelizmente, não são tratados como deveriam. Um exemplo é o Campo de Santana, localizado na Praça da República, no Centro do Rio. O local se tornou ponto de muitos assaltos e de abandono de gatos domésticos. É evidente que o espaço deveria ser bem-cuidado para atrair visitas tranquilas e para que a importância de ter áreas verdes na cidade fosse ensinada.
Isso me leva a questionar: qual é o verdadeiro propósito das áreas verdes? Devem elas inspirar medo nos cidadãos? A concepção de uma área verde implica segurança, cuidado com as espécies que a habitam e preservação ambiental. Um lugar perigoso não é sinônimo de cuidado com o meio ambiente.
Parte da negligência do local vem do fato de que muitas pessoas em condições de rua usam o Campo de Santana para se abrigar. Isso reflete a desigualdade social do país. Não adianta ter um espaço supostamente para a valorização da natureza se, na prática, a população marginalizada é forçada a procurar um lugar para dormir ali. Cuidar do Campo de Santana também incluiria abrigar essas pessoas de forma digna, além de trabalhar para a segurança do local e para o cuidado dos gatos que ali estão.
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