VNL: entenda mudanças da nova edição
- Comunica Uerj
- 18 de jun.
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7ª edição da competição que substituiu a Liga Mundial e o Grand Prix chega com novas regras que prometem competitividade do torneio
Por João Pedro Serafim Alves
Foto: Pexels

Em 4 de junho, a Volleyball Nations League (VNL) começou no Maracanãzinho, marcando a primeira semana de competição que tem duração de cerca de 8 semanas, com sua final marcada para 3 de agosto. Esta 7ª edição do torneio traz uma série de novidades, com mudanças em seleções, sedes e regras. O torneio, agora mais amplo e competitivo, serve como início do ciclo preparatório para a disputa do Campeonato Mundial em setembro e os aguardados Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028.
A VNL foi criada em 2018 pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB) como um torneio de substituição da Liga Mundial (masculino) e o Grand Prix (feminino), para unificar datas e simplificar a prática competitiva do vôlei, aumentando a popularidade de seu produto. A edição de 2025 da competição trouxe algumas mudanças que buscam trazer competitividade a ela. Pela primeira vez, a VNL conta com 18 seleções em ambas as categorias, contra 16 das edições anteriores. Além disso, a divisão entre seleções core e challenger, que protegia os times mais populares e tradicionais do rebaixamento, foi abolida. Agora, o último colocado é rebaixado, e o melhor do ranking da FIVB sobe em 2026, garantindo a igualdade entre os participantes.
As mudanças vão além do número de seleções. Há mudanças logísticas na realização do torneio. A primeira fase da VNL dura três semanas, com uma sede diferente em cada uma. Na primeira semana, o Rio sediou as partidas das categorias feminina e masculina. Na segunda semana, os homens jogam em Chicago, Estados Unidos, e as mulheres em Istambul, Turquia. Ambas categorias competem em Kanto, Japão na terceira semana. A fase final ocorre em Łódź, Polônia, para o feminino, e Ningbo, China, para o masculino. Cada seleção disputa 12 jogos na fase inicial, divididos em 3 grupos rotativos de 6 seleções. As oito melhores equipes desta fase se classificam para as quartas de final, com duelos entre 1º e 8º, 2º e 7º, 3º e 6º, e 4º e 5º. Depois, seguem para as semifinais, disputa pelo bronze e final, disputadas em partida única. Importante destacar que Polônia (feminino) e China (masculino), por serem sedes da fase final, já estão classificadas para o mata-mata.
Outra novidade observada é a liberação dos “dois toques” no levantamento, desde que a bola fique no mesmo lado da quadra. Esse teste para modernizar o vôlei tem influência técnica e estratégica: permitir os dois toques pode ajudar os levantadores a manter a bola em jogo, valorizando a continuidade das jogadas e reduzindo paralisações por infrações técnicas. Entretanto, ainda está em fase de observação, com a FIVB usando a VNL como um laboratório de teste para implementação de futuras regras.
A seleção feminina, liderada por José Roberto Guimarães, busca seu primeiro título na VNL, após ficar em segundo em 2019, 2021 e 2022. Atual vice-líder do ranking mundial, o time já enfrentou gigantes como Itália, líder, e Estados Unidos, três vezes campeão. O elenco mescla a experiência e a juventude para testar nomes para esse recomeço do ciclo rumo à LA28. Metade das 20 atletas convocadas pelo treinador tem 25 anos ou menos, com seis atletas que estreiam na equipe adulta: Jheovana, Kika, Lyara, Lanna, Marina Sioto e Marcelle.
Já a seleção masculina, comandada por Bernardinho, busca retomar o destaque após a eliminação nas quartas em 2024. Campeã em 2021, a seleção também passa por um período de renovação, com o único remanescente do ouro olímpico de 2016 sendo Ricardo Lucarelli. O objetivo é claro: mais do que uma simples renovação, é um processo de transição visando à chegada de um time forte para as Olimpíadas.
A VNL 2025 é o primeiro passo para Los Angeles 2028. Com o apoio do público, a seleção brasileira tem a chance de marcar mais um capítulo na história do esporte no país, consolidando talentos para o futuro do voleibol nacional.
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