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Vida acadêmica após os 40 anos

  • Foto do escritor: Comunica Uerj
    Comunica Uerj
  • há 7 dias
  • 2 min de leitura

Confira os motivos que os levaram a ingressar na universidade e seus maiores desafios


Por:  Lívia Maria Oliveira


Fotos: Lívia Maria Oliveira

André Luís de Jesus, Marcelo Xavier, Valéria Cristina e Leandro Mendonça
André Luís de Jesus, Marcelo Xavier, Valéria Cristina e Leandro Mendonça

Segundo dados do Sistema Acadêmico de Graduação (SAG) da Uerj, cerca de 7% dos alunos da instituição possuem 40 anos ou mais. Esse número representa 2.123 estudantes que, por diversos motivos, decidiram ir atrás do sonho de se formar em uma universidade pública. O COMUNICA UERJ conversou com alguns deles para saber como é a experiência de uma pessoa com mais de 40 anos na universidade.


O antigo trabalho como motorista de ônibus levou André Luís de Jesus, de 59 anos, a iniciar sua primeira graduação. Com o objetivo de ser presidente sindical do Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro, André achou que seria interessante iniciar uma faculdade. Entre as opções, passou para Filosofia. No entanto, após ingressar na faculdade, a empresa quebrou e ele foi demitido, mas decidiu seguir com a graduação até o final. 


Equilibrar estudos e trabalho, para ele, tem sido difícil, cansativo e desafiador. Por isso, neste semestre, decidiu priorizar os estudos com o objetivo de concluir a graduação em 2026. Apesar disso, gostaria de ter mais tempo para participar da vida acadêmica, dos eventos e das palestras, sendo essa uma das suas maiores dificuldades.


Já Valéria Cristina, de 54 anos, decidiu iniciar o curso de História da Arte porque se sentia incompleta. Após criar suas filhas, se sentiu pronta para encarar esse desafio. “Quando vi meu nome eu não acreditei. Tive que conferir se estava certinho e não tinha ninguém com nome parecido”, conta. Para ela, entrar na universidade foi empoderador. Além disso, enfatiza a importância de ter um suporte e uma rede de apoio: “A gente não caminha sozinho”.


Estar dentro da universidade, como funcionário terceirizado, foi um dos motivos que levaram Marcelo Xavier, de 45 anos, a dar continuidade aos estudos. Hoje, cursando o 8º período de Serviço Social, o estudante conta que o deslocamento, o horário das aulas e a segurança são seus principais desafios. Para equilibrar a vida acadêmica com outras responsabilidades só “sendo brasileiro”, brinca. Ele conta que já enfrentou situações de preconceito devido a sua idade e que, apesar de ter uma relação tranquila com alunos mais novos, procura estar mais perto de pessoas da mesma faixa etária por uma questão de experiência.


Para Leandro Mendonça, de 46 anos, foi a curiosidade pelo fazer jornalístico que o trouxe de volta para a universidade. Após terminar um doutorado, percebeu que não queria parar de estudar e decidiu realizar um antigo desejo: cursar Jornalismo. Hoje, divide seu tempo entre o trabalho como professor de História no Colégio Pedro II e a vida acadêmica. “Não deixem de estudar por temor ou por medo da idade. Não deixem que isso seja uma trava na realização de um sonho porque a universidade está aberta para todo mundo”, aconselha.



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