Dados do concurso revelam aumento no número de inscrito
O Vestibular Uerj 2023 ocorreu na manhã do último dia 4 de dezembro e mobilizou milhares de estudantes. Segundo dados disponibilizados pelo Departamento de Seleção Acadêmica (DSEA), o número de inscritos no vestibular 2023 subiu em relação ao ano anterior: foram 48.924 contra 45.360, um aumento de 7,8%. Com relação ao número de vagas, a universidade está preparada para responder ao aumento da demanda. Foram disponibilizadas 6.256 vagas, um acréscimo de 9% em relação a 2022, quando os candidatos disputaram 5.736 vagas. Outro número que também subiu foi o de estudantes que solicitaram cota. A primeira universidade a adotar essa política no país recebeu 14.672 pedidos, um aumento de 23,8% em relação ao vestibular do ano passado.
Uma das candidatas é Maria Eduarda Caldeira, de 18 anos. Na disputa por uma vaga em Medicina, ela contou que se preparou para a prova em um curso particular, mas também teve o apoio do pré-vestibular do Casaf, projeto social totalmente gratuito que transmite aulas no Youtube para todos os interessados. Maria Eduarda afirmou que, no grupo do Telegram do projeto, ela teve acesso a documentos com temas de redação e simulados acompanhados pelos gabaritos, que auxiliaram seus estudos.
Ao ser perguntada sobre a expectativa para a prova, a estudante declarou “Honestamente eu não criei muitas expectativas sobre a prova da Uerj. Sempre que faço acho ela meio diferente do que o que eu treinei. Acredito que ela mantém o seu nível ao longo dos anos, pensando nos últimos exames únicos, mas acho que nas questões ela aborda conteúdos mais específicos que outros vestibulares como o Enem (...)”.
Seguindo o modelo dos últimos anos, o concurso teve uma única fase, na qual foi aplicada uma prova de 60 questões objetivas e uma redação. Para a prova de língua portuguesa/literatura, foi indicado o livro "Niketche'', de Paulina Chiziane, e para a redação, o livro'' Não me abandone jamais'', de Kazuo Ishiguro. Maria Eduarda declarou que gostou das duas produções, embora não fosse o tipo de literatura que ela consome: “Gosto da interdisciplinaridade que “Niketche” traz, me apresentou a cultura de um local pelo qual eu sou muito interessada e uma autora que eu com certeza vou acompanhar. Já o livro “Não me abandone jamais”, me fez refletir sobre assuntos que já são importantes para mim, como a questão da liberdade de escolhas, relações mais humanas e essa ideia de uma sociedade mais fria e distante, o que eu acredito estar alinhado com o que estamos vivendo atualmente.”
Ao detalhar sua rotina de estudos, a candidata revelou que estudava dez horas por dia e chegou a montar uma planilha para acompanhar seu desempenho nos simulados disponibilizados pela Uerj que, infelizmente, como ela afirma, são poucos. O que parece ser uma rotina exageradamente árdua é justificada pelos números: o curso de medicina foi o que apresentou a maior relação entre o número alto de candidatos com as poucas vagas ofertadas nos últimos dois anos, sendo acompanhado por psicologia, jornalismo, relações internacionais e odontologia, nessa ordem.
Como os dados evidenciam, a Uerj é a escolha de muitos estudantes por ser um centro de produção de conhecimento reconhecido nacionalmente, oferecendo ensino de qualidade e inclusivo.
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