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Uerj sedia seminário sobre cotas e discute avanços e desafios das Ações Afirmativas no Brasil

A conferência reuniu professores de diversas universidades, além de representantes do Ministérios da Igualdade Racial

Por Everton Victor                                     Redatora: Júlia Lima


Imagem: Acervo do Seminário, disponível no instagram

Cerimônia de encerramento do seminário

 

“Essa política fez com que o ensino superior público brasileiro encontrasse as suas funções constitucionais”, destacou o professor Augusto Campo (Iesp/Uerj) durante a segunda edição do seminário O sistema de cotas na educação pública: perspectivas sobre as ações afirmativas no Brasil. A Universidade do Estado do Rio de Janeiro  (Uerj) sediou o evento, em parceria com a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), durante os dias 22, 23 e 24 de maio. Discussões sobre os avanços e desafios das cotas e a revisão da Lei 12.711, a Lei das cotas marcaram a edição deste ano. 


O seminário foi organizado por duas instituições pioneiras nas ações afirmativas e tratou de algo que representou uma drástica mudança nos rostos que ocupam a universidade pública: as cotas. Para o pesquisador do tema e professor Luiz Augusto Campos “antes das ações afirmativas as universidades públicas no Brasil contribuíram substantivamente para a reprodução e potencialização de desigualdades pré existentes no Brasil”.


De acordo com o Censo Demográfico de 2022, entre 2013 e 2019 o número de ingressos negros, pardos, indígenas, oriundos de escolas públicos e baixa renda teve um aumento de 205%. Aos críticos da Lei das Cotas, Campos ressaltou que “é fácil criticar as cotas quando você não tem nenhum jornalista ou nenhum colunista negro para dar sua opinião”.

Imagem: Tv Uerj 

Luiz Augusto Campos (Iesp/Uerj) e Andrea Lopes (Unirio)


Além das falta de corpos negros no ambiente universitário antes das cotas, outro desafio também é destacado pelo professor: as avaliações socioeconômicas. “É muito complexo provar que é pobre. Como é que você prova o que você não tem? Eu tenho trabalho de extensão com estudantes do ensino médio que dizem: o meu pai não tem contracheque, o meu pai não fez imposto de renda”, explica. 


A secretária de Políticas de Ações Afirmativas e Combate e Superação do Racismo, Márcia Lima (USP/Afro-Cebrap), convidou o público para continuar atuante pressionando por políticas de inclusão, especialmente agora que o Parlamento discute a renovação de cotas nos concursos públicos. “A gente precisa que a sociedade civil se mantenha organizada e atenta e demandante para que a gente possa dar conta do nosso trabalho”, afirma.


Durante as discussões também foi ressaltada a importância do olhar para além da inclusão na universidade, mas também no mercado de trabalho. A programação reuniu docentes de diversas universidades do país, como o diretor da Faculdade de Educação da Uerj, Washington Dener, Flavia Mateus Rios (ICHF/UFF), Andrea Lopes (Unirio), Edilza Sotero (UFBA), Edson Farias (Unb). Além desses nomes, a lista de pesquisadores se estende para personalidades como Daniel Pinha, pró-reitor de Políticas e Assistência Estudantis (PR4) da Uerj.


 O evento contou com mostra de filmes, exposição fotográfica, atividades culturais, além de uma série de mesas de debates. No dia 18 de março foi divulgado no site do Seminário um edital detalhando formas de se inscrever para apresentar trabalhos. “Estudantes de graduação e pós -graduação de Instituições de Ensino Superior (IES); graduados, mestres e doutores; assim como professores e pesquisadores ligados a rede de ensino pública e/ou privadas em todos os níveis de ensino”, a íntegra do evento está disponível na Tv Uerj, neste link.






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