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Foto do escritorGuibsom Romão

Uerj adia auxílio-moradia sem justificativas

Programa foi adiado para 7 meses após o prazo inicial, gerando problemas para os que moram longe

Sem nunca ter oferecido moradia ou auxílio para os estudantes, Uerj prometeu que o Auxílio Moradia seria implementado mas nunca cumpriu. Já no fim de 2022, quatro meses após a data divulgada, o prazo da promessa foi renovado para 2023.



Anunciado no dia 25 de março de 2022, o auxílio-moradia tinha a promessa de ser implementado em 1º de agosto do mesmo ano. No entanto, o programa foi adiado para o dia 1º de março de 2023, deixando os alunos apenas na expectativa por quase um ano.


A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) é a única universidade pública situada no estado que não oferece moradia estudantil ou auxílio financeiro para custear esses gastos.


Por meio do Ato Executivo de Decisão Administrativa 23 (Aeda), a Uerj instituiu o auxílio-moradia para alunos oriundos de locais a uma distância igual ou maior do que 70 km em relação à sede do curso em que está matriculado. Cerca de três meses depois, em 6 de junho de 2022, o adiamento do início do programa para o dia 1º de março de 2023 foi publicado através da Aeda 64, sem nenhuma explicação da universidade.


Para discentes como Jhonny Chavão, que percorreu 74 km da sua cidade natal, Tanguá-RJ, para estudar Jornalismo no campus Maracanã, ter um auxílio destinado para custear gastos relacionados à moradia seria um enorme avanço. Jhonny reside em uma república localizada no bairro da Mangueira, próximo à universidade, porém, segundo ele, para conseguir a moradia, teve que se planejar com antecedência para não ser tão impactado com os altos custos de viver na cidade do Rio de Janeiro.


A notícia do auxílio, quando anunciada em março, foi comemorada pelos alunos. No entanto, alguns estudantesse queixaram que 70 km é uma distância grande demais, visto que muitos deles residem em regiões com uma quilometragem menor em relação à universidade, mas enfrentam muitas dificuldades na locomoção e no acesso à faculdade.


Como é o caso da aluna Ana Clara do Nascimento, que mora no bairro de Santa Cruz, mais precisamente no Conjunto Guandu, localizado a 63 km do campus Maracanã, onde está situado seu curso de Enfermagem. O curso é em horário integral, o que faz com que ela tenha que sair de casa às 5h e retornar por volta das 19h30, enfrentando cinco horas diárias de deslocamento por meio dos trens da Supervia, que, segundo ela, devido a intervalos irregulares e atrasos, tornam o trajeto ainda mais moroso e cansativo.


Conforme a Aeda 23, três mil alunos da graduação e pós-graduação serão contemplados com o auxílio-moradia no valor de R$ 800. Para Jhonny, o impacto de ser beneficiado pelo programa seria muito positivo, uma vez que, segundo ele, não precisaria mais utilizar o dinheiro de outros auxílios, como alimentação, transporte ou permanência, para custear o valor de R$400 que paga para morar em uma república. Já Ana Clara, que seria beneficiada se a quilometragem fosse reduzida, afirma que conseguiria pagar alguma moradia mais próxima à faculdade e se dedicar mais à graduação.


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