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Touchdown à brasileira: NFL chega ao país e consolida expansão do futebol americano

Primeiro jogo da liga dos Estados Unidos na América do Sul cria expectativa entre fãs do esporte, impulsionando um mercado promissor.


Por Camille Mello      Redator: Nuno Melo


O Brasil, conhecido como o país do futebol, vem testemunhando a ascensão de um esporte homônimo, no qual a regra é arremessar a bola com as mãos. Com dezenas de equipes espalhadas pelo território nacional e milhões de fãs da modalidade, o país acaba de ser escolhido como sede de um jogo da National Football League (NFL), maior e mais famosa liga desse esporte. O evento, inédito na América do Sul, promete ser o início de um novo e capítulo do futebol americano no Brasil.


A chance de uma partida da NFL ser disputada no Brasil parecia algo distante há alguns anos, mas se tornou realidade em dezembro, quando a liga dos Estados Unidos anunciou a cidade de São Paulo como palco de um dos jogos da temporada 2024 e 2025. A data e os times do confronto foram definidos, criando ainda mais expectativa nos torcedores brasileiros. No dia 6 de setembro, o estádio do Corinthians, a Neo Química Arena, receberá o Philadelphia Eagles, equipe do estado da Pensilvânia, e o Green Bay Packers, do Wisconsin.


Foto: Divulgação/NFL

Green Bay Packers e Philadelphia Eagles disputarão partida em São Paulo


O vice-presidente Sênior da NFL Internacional, Gerrit Meier, ressaltou, durante reunião na prefeitura de São Paulo na quarta-feira, (10) que este é o pontapé inicial para a presença contínua da NFL no Brasil. Na ocasião, o prefeito paulista Ricardo Nunes (MDB) comentou as vantagens que o evento trará não só para cidade, mas para o país. “A realização da partida vai colocar a cidade na vitrine do mundo e trazer inúmeros benefícios econômicos para a capital”, disse Nunes, em entrevista ao portal da prefeitura. A estimativa é de que o evento movimente 60 milhões de dólares e 5 mil empregos diretos e indiretos sejam criados.”


Os números só confirmam que o Brasil é um dos maiores mercados do futebol americano fora dos Estados Unidos. Uma pesquisa do Ibope Recupom realizada em 2022 revelou que existem 35,4 milhões de fãs da modalidade no país. Há 10 anos, eram apenas três milhões. A meta é de que o país supere em breve o México, que tem 39,6 milhões de torcedores, e se torne o segundo no ranking de adeptos do esporte, ficando atrás somente dos Estados Unidos. O objetivo é ambicioso, mas o país está trilhando um caminho para que a modalidade deixe de ser nichada. 


Com 72 equipes espalhadas pelos estados da federação, reunindo cerca de 5 mil atletas na Liga de Futebol Americano no Brasil (BFA), o Brasil conta até com uma seleção nacional do esporte. Fundada em 2007, a Brasil Onças, como a equipe ficou conhecida, representa a bandeira verde e amarela nas competições internacionais de futebol americano. O time participou da última edição da Copa do Mundo de Futebol Americano, em 2015 e se consagrou campeão sul-americano em 2023, em torneio realizado no Distrito Federal.


Foto: Chiarini Jr./CBFA

Seleção brasileira de futebol americano, Brasil Onças, vence Campeonato Sul-americano em 2023


Além disso, transmitidos há duas décadas em canais de TV por assinatura, os jogos da NFL voltaram a ser exibidos em 2022 na Rede TV, de sinal aberto, o que demonstra uma demanda por esse conteúdo. Para reduzir barreiras e ampliar a audiência, além de transmitir as partidas, a emissora criou programas para explicar as regras do jogo. Foi acompanhando um pouco mais de perto as partidas da liga estadunidense que a engenheira Luiza Cruz, de 26 anos, perdeu os preconceitos e tomou gosto pelos touchdowns, equivalentes a um gol de placa no futebol tradicional. “Muita gente começa a gostar quando entende que o jogo de futebol americano é mais do que só porradaria. É um esporte muito físico, mas tem a parte estratégica, mais mental, que é muito interesante”, disse a torcedora do New England Patriots. Fã da modalidade há 10 anos, a carioca vê um aumento da popularidade do futebol da bola oval. “Antes eu via os jogos sozinha, não tinha muito com quem comentar. Agora eu já conheço bem mais gente que curte, tem uma visibilidade muito maior.”


Foi por influência de amigos fanáticos pelo esporte que o também carioca Pedro Cavallari, de 30 anos, decidiu experimentá-lo na prática. “Em 2010, jogávamos na areia sem equipamento, três anos depois já tínhamos uma estrutura melhor, mais profissional. Hoje, há time que investem tanto que conseguem até importar atletas de outros países.” Embora o futebol americano tenha se desenvolvido no Brasil nas últimas décadas, a força da cultura do futebol tradicional torna improvável, até mesmo a longo prazo, uma equivalência entre os dois esportes. No entanto, assim como existe uma variedade de modalidades, há espaço para o futebol americano — inclusive dentro de clubes como o Vasco, Fluminense, Corinthians e ,Coritiba que têm suas próprias equipes da modalidade.


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