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  • Foto do escritorLarissa Carvalho

‘Studio Drift – Vida em Coisas’: exposição une tecnologia e natureza

Nova exibição do CCBB propõe reflexões socioambientais com combinação única entre arte, design, tecnologia e ciência.


Foto: Larissa Carvalho

Fragile Future, uma das obras da exposição


Por Larissa Carvalho


Studio Drift – Vida em Coisas, a nova mostra do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) no Rio de Janeiro, é um convite para repensarmos nossa relação com a natureza e todos os objetos que nos cercam. A exposição – idealizada por Lonneke Gordjin e Ralph Nauta, dois artistas visuais holandeses – utiliza esculturas, vídeos e inteligência artificial para fazer críticas sociais e chamar atenção para questões relacionadas à nossa conexão com a natureza, destacando, nos últimos anos, uma perda de ligação com nossas origens. Essa ausência, por sua vez, gera um distanciamento responsável por prejudicar nossa percepção de mundo, favorecendo o individualismo em detrimento de um pensamento sistemático que considere e valorize a interconexão e a importância do todo para as partes.


A primeira sala apresenta a obra Fragile Future. A combinação de circuitos elétricos de bronze com dentes-de-leão gera uma escultura luminosa formada por centenas de “flores elétricas” que, apesar de fascinantes, são visivelmente frágeis. Na obra, a união entre natureza e tecnologia tece uma crítica e sugere um futuro para o planeta no qual as duas visões fundamentalmente opostas possam coexistir de maneira harmoniosa.


Outro destaque é o conjunto de obras denominado Materialismo, que propõe um pensamento mais profundo sobre nossas relações de consumo. O ponto mais interessante é que não é feita uma crítica ao ato de consumir, em si, mas sim à perda do sentido do consumo na sociedade contemporânea. A exposição revela a complexidade dos itens que adquirimos e descartamos sem pensar, uma prática que ocorre por não compreendermos todos os processos envolvidos na produção de cada objeto. Algumas das peças que podemos encontrar no conjunto incluem um celular, um carro, um lápis, um fio elétrico e até mesmo uma sandália havaiana e um pandeiro. Os artistas desconstruíram artefatos conhecidos, revelando a complexidade existente em coisas antes percebidas como simples. Segundo Gordjin, o objetivo é estabelecer uma relação entre o que fazemos todos os dias, o que está ao nosso redor e o local de onde todas essas coisas vêm, criando uma composição visual impactante desse processo.


Foto: Divulgação/DRIFT

1980 VW Beetle, parte do conjunto Materialismo


Diante da situação complexa e ambígua que enfrentamos no mundo, onde nossos hábitos de consumo e nossa relação com tudo o que nos cerca parecem se tornar cada vez mais destrutivos, é mais importante do que nunca reafirmar a arte como ferramenta social de reflexão, questionamento e percepção, rompendo com o padrão automático de nosso comportamento e nos incentivando a pensar nos reais motivos pelos quais fazemos o que fazemos.


Para não estragar a surpresa, o COMUNICA vai deixar que vocês mesmos explorem os mistérios naturais das outras obras da mostra. A exposição estará em exibição até 22 de maio, é gratuita e os ingressos podem ser adquiridos através do site do CCBB ou na bilheteria física. Vida em Coisas possui classificação livre e é um ótimo programa para todos os tipos de pessoas, pois o compromisso com outro é um dever coletivo e repensar nossas relações e elos com o ambiente, nossos semelhantes e aquilo que construímos é um processo cada vez mais necessário.








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