Setembro Amarelo na Uerj: instituição aborda assunto e trabalha no combate ao suicídio
- Comunica Uerj
- há 5 dias
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Debates sobre saúde mental marcam o mês de setembro e destacam os serviços de apoio psicológico oferecidos pela universidade.
Por: Isabella Topfer
Reprodução: Portal Gov.br

Apesar de saúde mental ser um tema relevante durante todo o ano, é no mês de setembro, considerado nacionalmente como o mês de prevenção ao suicídio, que o tema vira foco de diversas ações e palestras na Uerj e em todo o país. A conversa sobre saúde mental passa a estar “na moda”, mas os transtornos psicológicos ainda permanecem sendo alvos de preconceito e banalização. Por isso, uma abordagem respeitosa e consciente acerca do assunto torna-se foco no ambiente universitário.
As questões de saúde mental são debatidas em diversos âmbitos da sociedade, como no esporte, no mercado de trabalho e nas relações familiares. A importância do cuidado e da atenção com o tema no ambiente universitário também se mostra relevante, visto que universidades são locais que apresentam muitos desafios acadêmicos, que pressionam mental e fisicamente os estudantes. Especialmente na Uerj, a discussão se demonstra ainda mais urgente, uma vez que a universidade estadual registra a “fama” de ter um alto índice de suicídios ocorridos no campus Maracanã.
Para combater esse problema e evitar a perpetuação dessa “fama”, a Uerj oferece alguns programas e serviços em prol do bem-estar psicológico: a Unidade Docente Assistencial de Psiquiatria (UDA), do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), que oferece consultas e internações de curto período, além de atividades terapêuticas e de reintegração social; o Centro de Atenção Psicossocial (Caps/Uerj), que tem foco na reabilitação psicossocial, garantindo um acolhimento humanizado; e o Serviço de Psicologia Aplicada (SPA), que objetiva oferecer prática para a formação acadêmica dos estudantes do curso de psicologia, com atendimentos gratuitos também à população de fora do campus, buscando atender às demandas da comunidade.
Um exemplo de projeto atual do SPA é o grupo terapêutico COM-POR, promovido pelo Laboratório afeTAR, que fornece apoio emocional e acolhimento exclusivamente a pessoas negras. O COM-POR foi destaque, anteriormente, de uma matéria do COMUNICA.
No ano passado, foi aprovada a criação do Comitê da Política de Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Uerj (Comaps), que ficará responsável por promover debates, pesquisas, políticas e diagnósticos sobre o tema na instituição. Neste mês de setembro, o Comaps está promovendo um censo com os objetivos de avaliar a saúde mental dos alunos da graduação e aprimorar as ações de acolhimento na faculdade. Ademais, o Comitê promoveu uma conferência com o psiquiatra Flávio Kapczinski, na última quinta-feira, 11, com o tema “Saúde Mental em uma Sociedade em Transição”.
O COMUNICA conversou com o professor-adjunto da Uerj e médico do Ministério da Previdência Social Paulo Roberto Chaves Pavão, que estava presente no evento: “A saúde mental precisa sempre ser falada, devido às grandes ameaças que o mundo oferece a ela, como o avanço da extrema direita e a crise climática. Não é por acaso que temos, hoje, altos índices de suicídio e de ansiedade. Isso mostra que essa questão está altamente atrelada às condições sociais. Saúde e doença são questões políticas, que se relacionam com a cidadania. Em um momento como este, nós precisamos falar sobre isso, mas não só em ambientes especializados. Saúde mental é um assunto para falarmos na praça, na rua. Quem produz saúde mental é o cidadão.”
Bruna Rodrigues, aluna do terceiro período de psicologia, contou ao COMUNICA sobre como o tema é trabalhado em sua graduação: “A questão da saúde mental como um todo é muito abordada no curso, e essa visão, ao mesmo tempo que é humanizada, é crítica também. Não se pode falar sobre isso só em setembro. É uma questão o tempo todo, em todo lugar.”
Neste Setembro Amarelo, que marca o décimo ano desde o início da campanha, a universidade busca aumentar as conversas sobre saúde mental e normalizar o debate sobre a temática, a fim de combater estigmas e preconceitos que ainda são constantes em uma sociedade na qual os transtornos psicológicos tornam-se cada vez mais comuns.
Se precisar de apoio emocional, ligue 188, para ser atendido pelo CVV (Centro de Valorização da Vida).
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