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Semente do açaí tem ação contra a ansiedade, afirma pesquisa da Uerj

Descoberta das pesquisadoras da universidade é inédita


Por Bernardo Cunha          Redatora: Rafaela Pina


O grupo de pesquisa do Laboratório de Farmacologia Cardiovascular e Plantas Medicinais da Uerj descobriu em 2020 que a semente do açaí possui propriedades ansiolíticas, ou seja, que conseguem amenizar os efeitos da ansiedade no organismo. Essa descoberta, além de ser pioneira, mostra um potencial promissor no tratamento da doença, que acomete 9,3% dos brasileiros. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o líder mundial de países com população que vive com ansiedade. A pesquisadora Graziele Freitas de Bem, que faz parte do laboratório desde 2006, conversou com o COMUNICA para esclarecer como foi feita a pesquisa, seus resultados e os próximos passos. 


Foto: Bernardo Cunha

Pesquisadora Graziele Freitas de Bem no Laboratório  de Farmacologia Cardiovascular e Plantas Medicinais da Uerj


A pesquisadora explica que uma grande vantagem dessa descoberta é que, até o momento, não foram encontrados efeitos colaterais pelo uso dos ativos extraídos da semente do açaí. Outros tipos de tratamento para ansiedade disponíveis no mercado farmacológico usando medicamentos convencionais costumam causar efeitos adversos no paciente, muitas vezes fazendo com que ele interrompa o tratamento.


Além do benefício para a saúde humana, a semente do açaí, geralmente descartada como resíduo, representa a maior parte do fruto e contribui para o acúmulo de resíduos sólidos, muitas vezes resultando em impactos ambientais, como o assoreamento de rios.


Entretanto, apesar de comprovados os efeitos benéficos do extrato da semente de açaí como ansiolítico, especialistas alertam que ainda há um longo caminho a percorrer antes que um medicamento baseado nessa descoberta possa ser disponibilizado para uso humano. Quando a indústria farmacêutica demonstrar interesse no resultado da pesquisa, serão feitos testes toxicológicos, entre outros, para averiguar o uso clínico de um medicamento fitoterápico. Por enquanto, não há previsão para que isso aconteça. 


Atenção: consumir o caroço do açaí em casa pode não oferecer os mesmos benefícios


Embora a trituração caseira do caroço do açaí seja comum em algumas regiões, como no Norte do Brasil, para a produção de farinha de açaí, especialistas alertam que esse método não se equipara ao processo controlado em laboratório para extrair seus ativos.


O processo de extração em laboratório, que pode levar de 10 a 15 dias, permite a obtenção de uma quantidade significativa de ativos com propriedades ansiolíticas. Por outro lado, a trituração caseira pode não garantir a mesma concentração ou eficácia dos componentes benéficos do açaí.


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