Os Leões do Atlas fazem uma brilhante Copa, mas perdem a batalha da semifinal
Leões do Atlas. Apelido dado à seleção de Marrocos devido ao alto índice de espécimes da família dos felídeos encontrados no norte da África, mas que tragicamente entrou em extinção ainda no início do século XX.
Fonte: Radar da Bola
Seleção marroquina
Cerca de um século depois, os leões ressurgem e mostram sua garra, porém, em um ambiente diferente. Se antes eles eram vistos apenas no norte do continente africano, agora são reconhecidos mundialmente.
O único título de expressão da seleção marroquina foi em 1976, ou seja, são 46 anos de jejum. Na época, Ahmed Faras fez história dentro de campo e levou a seleção ao primeiro título da sua história: Copa Africana de Nações. Faras fez 44 gols em 77 jogos pela seleção marroquina, tornando-se ídolo de uma nação. O melhor desempenho em Copas foi em 1986, quando chegou às quartas de finais. Todavia, chegaram ao Catar desacreditados, mas não sabiam que iriam fazer história.
Seu melhor jogador Hakim Zieych, do Chelsea, viu sua convocação para o Mundial ficar um pouco distante devido a uma briga com o ex-técnico Vahid Halilhodžić. Vahid não convocou Zieych durante um ano, alegando que o jogador era preguiçoso. Assim, o jogador do Chelsea decidiu pendurar suas chuteiras da seleção, mas não contava que pouquíssimos meses antes do Mundial o até então técnico fosse demitido.
Walid Regragui assume o comando três meses antes da Copa e logo na sua primeira convocação, o nome de Ziyech estava entre os convocados e o sonho de jogar mais um Mundial estava mais perto do que nunca.
Marrocos chegava desacreditado já que o técnico era novo, teria pouco tempo para implementar suas ideias, e o grupo era muito difícil. Mas eles fizeram jus ao apelido de leões , mostrando sua garra e ficaram a uma partida de chegar a uma final. Deixaram para trás no mata-mata, seleções como Espanha e Portugal. Nas oitavas de final, a seleção espanhola perdeu nos pênaltis e nas quartas, contra Portugal, venceram pelo placar de 1 a 0 e mandaram a seleção de Cristiano Ronaldo para casa.
14 de dezembro: Semifinal contra a França. Uma semifinal que vai muito além do que um confronto esportivo, um confronto entre colônia e colonizador. Começa o jogo e logo aos 5 minutos de jogo, o lateral Theo Hernández abre o placar para a seleção francesa. No segundo tempo, houve momentos em que a seleção marroquina jogou melhor do que os franceses, porém, como já dizia o pensador Carlos Aguiar: “quem não faz, leva”. E foi assim que aos 34 minutos do segundo tempo Randal Kolo ampliou o placar e garantiu a França em mais uma final de Copa, a segunda consecutiva.
Jogadores e torcida em uma única sintonia. Após o final do jogo, o clima foi de tristeza pela equipe africana não ter conseguido avançar até a final, mas também, de alegria, superação e orgulho de ter jogado de igual para igual com seleções europeias em toda a Copa do Mundo e o leão que antes era visto apenas ao norte da África, agora, é visto mundialmente. Marrocos mostrou que o futebol africano deve ser valorizado e visto com outros olhos. A história foi feita e essa geração deixa um legado. Se quiserem ganhar, vão ter que batalhar muito para passar por cima desse leão que em momento algum se entregará.
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