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Saúde mental na Seleção: o impacto dentro e fora de campo

Por Gabriel Santos


De 2014 a 2024, a Seleção Brasileira de Futebol não contou com o suporte de um psicólogo. Em uma equipe que está constantemente sob a pressão de atender às expectativas de uma nação apaixonada por futebol, essa falta deixou um vazio significativo. Em um país onde se tem recordes de doenças psicológicas, a condição psicológica dos atletas, particularmente em períodos de maior tensão, pode ser crucial tanto para o rendimento dentro de campo quanto para a administração da pressão fora dele.


Provocações e foco em campo


No campo, os obstáculos vão além da técnica e da preparação física. Provocações de rivais, decisões controversas da arbitragem e momentos de grande tensão fazem parte do jogo de futebol, e sem uma preparação psicológica apropriada, os atletas têm maior probabilidade de perder o foco. Isso pode resultar em falhas em instantes cruciais, expulsões desnecessárias, como a do Zidane na final da Copa de 2006, ou até mesmo uma queda de rendimento em um jogo crucial.


A assistência de um psicólogo poderia auxiliar os jogadores a aprimorar métodos para manter a atenção, mesmo em circunstâncias de grande estresse. No cenário do futebol de seleções, no qual uma simples provocação pode resultar em consequências sérias, essa preparação mental pode ser crucial. Um episódio marcante foi o de Richarlison, que na época tinha 26 anos, em um amistoso contra a Bolívia no ano de 2023, desabou em lágrimas no banco de reservas após sua substituição. Ele revelou posteriormente que estava enfrentando problemas pessoais e que a pressão estava impactando seu desempenho no jogo. Este episódio destacou a importância do apoio psicológico para o equilíbrio emocional dos atletas.


                                                Foto: Reprodução/TV Globo


Pressão fora do campo


Para além dos obstáculos em campo, a vida de um atleta de futebol é caracterizada por grandes expectativas. Defender a Seleção Brasileira não é apenas o peso de vestir uma das camisas mais prestigiadas do futebol global, mas também enfrentar críticas incessantes da mídia, demandas dos fãs e a pressão de manter um alto padrão de desempenho. Para vários esportistas, a pressão mental pode ser tão intensa quanto a física.

Sem o devido suporte psicológico, esses elementos podem resultar em situações de ansiedade, depressão e diminuição do rendimento. A inclusão de um psicólogo na Seleção em 2024 simboliza uma tentativa de tratar esses problemas de maneira mais meticulosa, proporcionando aos jogadores um ambiente para debater suas dificuldades emocionais e obter o apoio necessário.


 Foto: Rafael Ribeiro/CBF

                                       

O impacto na performance e longevidade


O preparo feito por um psicólogo esportivo não se restringe apenas ao cuidado de um momento de crise. É fundamental o acompanhamento na preparação mental ao longo dos desafios da carreira. Jogadores bem mentalmente conseguem lidar melhor com as frustrações e ter um foco maior para manter uma carreira profissional mais longeva. 

Com o retorno deste especialista, a Seleção Brasileira procura se alinhar ao que várias equipes de elite globalmente já estão adotando: a atenção à saúde mental dos atletas como elemento crucial para o êxito no esporte. A pressão, seja dentro ou fora do campo, sempre se fará presente. No entanto, com o apoio adequado, os jogadores podem lidar com esses obstáculos de maneira mais equilibrada, o que se reflete no seu rendimento e bem-estar. 


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