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Saga dos uerjianos: dificuldades nos meios de transporte do Rio de Janeiro

Alunos da Uerj levam quase 3 horas de suas casas até a universidade


Foto: Ana Beatriz Dias


Por Rebeca Passos


As condições de estrutura entregues pela Supervia são péssimas. Superlotação, atraso e jornada exaustiva são comuns aos alunos que dependem dos trens para chegarem à universidade. Ana Beatriz Dias e Vitória Thomaz, estudantes de Jornalismo, levam quase três horas para chegarem à Uerj. As duas contaram ao COMUNICA sobre a luta diária que enfrentam por pegarem o transporte público.

As rotinas de Ana Beatriz e Vitória são parecidas, apesar de morarem em locais diferentes. A primeira mora em Santa Cruz, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, já Vitória mora em Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense. Todos os dias, elas torcem para que não aconteça nenhum problema durante o trajeto dos trens. Contar com os atrasos e a superlotação dentro dos vagões são transtornos que foram normalizados pelas alunas. O cansaço (físico e mental), ocasionado pela rotina exaustiva, também é comum.

Elas contaram que nunca sabem os horários em que os trens irão partir, porque não têm horários fixos, nem intervalos exatos, e, além do mais, estão sempre cheios. Vitória até brincou sobre enfrentar o trem lotado: “Quando fui a um show pela primeira vez, as horas de pé e a multidão não me abalaram. Isso é o Japeri em qualquer manhã e nos horários de pico. Trágico, mas cômico e verdadeiro.” A aluna ainda lembrou do medo de sofrer assédio, uma vez que muitos homens se aproveitam da superlotação para abusarem de mulheres.

Em novembro do ano passado, os ramais de Japeri, Paracambi e Santa Cruz, sofreram uma paralisação ocasionada por uma pane em um dos trens. O resultado: horas de espera sem respostas da Supervia, fazendo com que os passageiros se revoltassem. Ana Beatriz nos contou que estava próxima ao local onde colocaram fogo nos trilhos, o que impossibilitou a continuação da viagem. Nesse dia, Ana, que tinha uma aula importante e não podia faltar, saiu de onde estava e gastou R$ 25 com Uber até a estação de Coelho Neto, para pegar o metrô para a Uerj.

Apesar de existirem outros meios de transporte de suas casas para a universidade, as alunas disseram que não vale a pena. Elas poderiam ir de ônibus e metrô, que custam R$ 4,30 e R$ 6,50, respectivamente, mas o caminho seria mais longo e o valor gasto seria superior ao que costumam pagar no trem, R$ 5. As duas estudantes têm a tarifa social do bilhete único em seus Riocards, porém, mesmo assim não concordam com o preço da passagem, já que o serviço é precário. “Não é justo os passageiros pagarem um valor tão alto por um transporte assim, o trem nos atrapalha todos os dias”, diz Ana Beatriz.





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