Reconstruindo o olhar: artista tijucano expõe obras feitas de materiais reciclados na Uerj
- Comunica Uerj
- 13 de jun.
- 2 min de leitura
Do lixo à arte, homenagens de Marcos Lanzieiro a artistas e obras renomadas ficam na universidade até 20 de junho
Por Karen Teixeira
Fotos: Karen Teixeira

A Uerj celebrou a Semana do Meio Ambiente com diversas atividades de conscientização sobre o tema, mas uma em específico chamou minha atenção. Subindo as rampas para o primeiro andar, em direção ao espaço onde é servido o café da manhã, tive a surpresa de ver a Mona Lisa feita de esponjas. Tratava-se da exposição Lanzieiro: a reconstrução do olhar, do artista tijucano Marcos Lanzieiro.
Observei que todos os que passavam por aquele hall, não tão movimentado, demonstravam um olhar curioso perante as criações coloridas. Logo paravam diante de uma delas para observá-la e tentar descobrir de qual material era feita, antes de ler sua legenda.

O artista nos propõe, com sua arte, uma inversão de valores em que aquilo que é considerado lixo ganha um novo status, tornando-se memória, crítica e beleza. Em tempos de consumo acelerado, sua obra é um convite à pausa, à observação e à reconstrução do olhar.
Entre os materiais utilizados, alguns foram cedidos pela TerraCycle Brasil — uma companhia privada de reciclagem fundada nos EUA —, como lápis, restos de EVA, esponjas, cápsulas de café. O lema de Lanzieiro, estampado em um dos painéis, é que ele “vive de ressignificar resíduos”, pois são a matéria-prima de seu trabalho.
Formado em Artes pela Uerj, Marcos também é professor de Artes Visuais e História da Arte em escolas e compartilha seu conhecimento com os alunos. Algumas das montagens foram feitas com o auxílio dos estudantes, mostrando a intergeracionalidade ligada à sustentabilidade.
Das peças expostas no hall, a maior delas nos revela imagens distintas quando vista de perto e de longe. Uma ilusão de ótica é criada por meio de pixels e jeans, formando o rosto do pintor Salvador Dalí. A legenda convida o público a observar a obra de pertinho e, em seguida, a uma certa distância — ou até mesmo pela câmera do celular —, para que consiga identificar Dalí com clareza.
Há também uma mesa com algumas de suas matérias-primas, fotos e produções de tamanho menor para que os visitantes conheçam melhor o trabalho do artista.

De Elza Soares e Chadwick Boseman à Mona Lisa, Lanzieiro: a reconstrução do olhar pode ser prestigiada até o dia 20 de junho. A mostra está no hall térreo do bloco F, em frente à rampa principal e ao Pêndulo de Foucault.
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