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Quando a memória ocupa lugar de resistência

  • Foto do escritor: Comunica Uerj
    Comunica Uerj
  • 30 de set.
  • 2 min de leitura

Marielle Franco segue erguida, lembrando que existir é também resistir


Por: Rayane Barreto


Escultura de Marielle, localizada entre os prédios centrais do campus Maracanã

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Escultura de Marielle, localizada entre os prédios centrais do campus Maracanã




Caminhar pelos corredores de uma universidade pública como a Uerj é, muitas vezes, mais do que transitar entre salas de aula e bibliotecas. É uma jornada por um campo de batalha simbólico, onde a memória, a política e a resistência se materializam. Em meio à ansiedade dos calouros e à correria dos veteranos, o olhar é inevitavelmente atraído para uma manifestação de uma figura que representa luta constante: a escultura de Marielle Franco.


Inaugurada em 28 de julho, a obra do artista mineiro Paulo Nazareth, faz parte da série Corte Seco, que retrata pessoas negras em esculturas de grandes dimensões. A obra tem cerca de 11 metros e foi construída em madeira, metal e alumínio, em 2021 para a 34ª Bienal de São Paulo. A homenagem integra o movimento Julho das Pretas, período que abrange o calendário de mobilização contra a discriminação racial e o Dia Internacional da mulher Negra Latino-Caribenha.


Essa escultura não é apenas uma homenagem a uma vereadora brutalmente assassinada. É um ato de ocupação, uma afirmação de que aquilo que foi construído em vida por uma mulher negra e ativista segue de pé, no lugar onde deve estar: na universidade pública. Um espaço em que tantos jovens, atravessados cotidianamente por uma vida à margem da sociedade, lutam por um futuro melhor para seus iguais, assim como Marielle fez.


Mais do que memória, a obra nos convida a reconhecer que o legado de Marielle não cabe apenas nas homenagens. Ele se renova diariamente nas vozes que ecoam pelos corredores, nas pesquisas comprometidas com a transformação social e nos corpos que insistem em ocupar e resistir.


Na universidade pública, memória e futuro caminham lado a lado. E a presença de Marielle, firme e inabalável, é um lembrete de que resistir é também existir, e que, enquanto sua luta estiver de pé, nós não esqueceremos.


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