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#PersonagemdaUerj: Rosilene, a Tia do 9° andar


Foto: Larissa Moura


Por: Larissa Moura


Rosilene Correia Maffia, mais conhecida como a Tia do nono andar, é uma das personagens em que todos pensam quando bate aquela fome. Conhecida pela simpatia, ela afirma que esse é o seu grande diferencial na hora de conquistar os seus clientes. Aos 47 anos, Rosilene está há cerca de 15 anos na Uerj e chegou até ser homenageada pela turma de formandos de Comunicação Social, em 2012.


Qual é a sua relação com a Uerj?

A Uerj é a minha primeira casa, porque é aqui que eu passo quinze horas do meu dia. Eu fico feliz quinze horas trabalhando, chego sorrindo, termino sorrindo e agradecendo a Deus. Na pandemia foi muito triste, ficamos dois anos parados, meu marido foi trabalhar na Uber, a gente vendeu pão, docinho e fizemos de tudo para arrecadar um dinheirinho. Eu atendo a todos igualmente, pode ser diretor, pessoal da limpeza, pessoal dos elevadores, alunos, para mim todo mundo é igual. Afinal, é o atendimento que conta, não é? Porque não é só o preço, todos são parecidos, é porque a gente gosta muito de conversar, a fila vai crescendo e eu conversando.


Como você se sentiu quando recebeu uma homenagem feita pelo curso de Comunicação Social?


Eu tenho a plaquinha até hoje, guardadinha, e eu acho lindo porque foi pelo atendimento aos alunos, chamaram a gente, e a gente foi. Chorei e ri ao mesmo tempo e fiquei muito feliz. É um trabalho que tem que gostar muito para atender a clientes , tem uns que a gente quer matar, e outros, a gente quer abraçar. Aqui a gente ouve, a gente chora junto, a gente aconselha. “Acho que hoje eu não tenho dinheiro” e eu respondo: “Vamos, compra e depois você paga. Aqui tem muito isso e as pessoas realmente pagam”.


Você pode contar uma história ou alguma coisa que a marcou?


Sim, teve uma pessoa que tentou se suicidar e aí deixou uma carta comigo, só que como a pessoa curiosa que sou, eu li na hora e ela estava se despedindo. Ela queria que eu entregasse para o pai e para a mãe dela, e na carta dizia que ela gostava muito da gente. Eu sai igual uma doida atrás dela e consegui salvá-la antes que ela fizesse algo, mas isso faz muito tempo, não é de agora. Eu fiquei uns três dias em prantos porque salvar uma vida não é mole, não é? Eu gostei muito de ter ajudado, mas chorei mais de uma semana depois de nervoso. Eu estou aqui para ajudar, se você tá chorando no banheiro, pergunto: “Por que cê tá chorando?” “Ai, terminei com o namorado.” “Arranja outro, gente.” “Porque minha mãe… não aceita que eu sou homossexual.” “Porque minha mãe não aceita que eu namore uma mulher”. Eu sempre falo: “Vamos conversar.” E a fila vai só crescendo…


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