Saiba mais sobre o novo professor da fcs
Por Ana Luiza Andrade
Foto: Ana Luiza Andrade
Desde o ensino médio, em uma escola de aplicação, o interesse pela comunicação começou a se desenhar em sua vida. Através de disciplinas oferecidas para ajudar no processo vocacional, ele passou um semestre explorando áreas e cursos que lhe ajudaram a revelar um caminho: o jornalismo. Movido por uma antiga ideia de que jornalistas viajavam e exploravam o mundo, teve a chance de experimentar um dia na faculdade de Jornalismo e, ao se apaixonar pela experiência, optou por essa carreira.
A jornada acadêmica teve início na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), onde se aproximou da pesquisa científica, obtendo uma bolsa logo no primeiro semestre. Esse contato com a pesquisa o inspirou a seguir para o mestrado na Universidade Federal Fluminense (UFF), o que marcou também sua mudança para o Rio de Janeiro e, posteriormente, para o doutorado em Comunicação na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Quando você começou a trabalhar na Uerj?
Eu passei no concurso da Uerj no ano de 2023. O resultado saiu em setembro, fui convocado em janeiro de 2024 e, em fevereiro, já iniciei o semestre como docente. Ainda vou completar um ano de Uerj. É um período meio novo, mas ao mesmo tempo muito prazeroso.
Como foi seu primeiro período na Uerj?
Para mim, foi interessante por dois aspectos. O primeiro era conhecer a história da Uerj, a universidade que iniciou o processo de cotas no Brasil. Esse histórico fazia com que eu quisesse estar aqui, sabendo que encontraria um grupo de estudantes e uma universidade mais popular, com a possibilidade de conviver com pessoas cujas histórias se assemelham muito mais à minha. De algum modo, antes das cotas, as universidades públicas eram espaços com presença majoritária das elites. Entrar como docente na Uerj significava escolher uma universidade muito mais periférica, mais negra e mais composta por trabalhadores, ao invés de uma instituição voltada para as elites. Essa escolha foi muito bem-pensada, e, quando passei, comemorei muito. O segundo motivo é que a estrutura do curso de Comunicação da Uerj me chama muito mais atenção, pois sou professor do Departamento de Teoria. Eu não ministro disciplinas práticas, o que me permite focar em textos teóricos que me interessam no campo da pesquisa. Dessa forma, consigo unir pesquisa e ensino, algo muito importante para mim. Estar aqui representa fazer parte de uma universidade popular, com uma importância histórica enorme para a mudança social, ao mesmo tempo em que estou em um departamento que se alinha diretamente aos meus interesses de pesquisa.
Explique a importância da sua disciplina na formação do estudante.
Por estar no Departamento de Teoria da Comunicação, eu dou diferentes disciplinas teóricas. Elas vão desde a Teoria da Comunicação, Comunicação e Cultura, História dos Meios da Comunicação, entre outras. Todas essas disciplinas são importantes porque ajudam os estudantes a refletirem sobre o próprio trabalho. Ou seja, tudo aquilo que vocês vão aprender depois nas disciplinas práticas, as teóricas vão ajudar a entender o processo, o modo como o meio de comunicação age e, ao mesmo tempo, oferecer a oportunidade de interpretar as mensagens, as informações, a estética, a imagem, o texto. De algum modo, todas as disciplinas teóricas são fundamentais para a formação de diferentes cursos. Para a comunicação, de modo específico, elas têm como objetivo fazer com que vocês desenvolvam um pensamento crítico sobre o próprio trabalho. Assim, quando saírem para fazer uma cobertura jornalística, por exemplo, e forem falar sobre um caso de feminicídio, vocês terão um pensamento crítico sobre a formação do machismo na cultura brasileira. Ou, se forem abordar o aumento do preço da carne, entenderão que as pessoas mais pobres são as mais afetadas. Essas teorias precisam falar sobre a nossa realidade social e fazer com que sejamos críticos sobre o nosso estilo de vida e como agimos na sociedade. Todas essas matérias são extremamente importantes para a formação de todos que passam pelos cursos de Jornalismo ou Relações Públicas.
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