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#PersonagemdaUerj: Bia Bedran/Professora do CAP-Uerj

Educadora na arte de cantar e contar histórias


Por Davi Guedes e Luciano Alves


  Fonte: Instagram

  Bia Bedran com os livros que escreveu


Beatriz Martini Bedran é professora aposentada de música do Colégio de Aplicação (Cap) da Uerj. Ela ficou mais conhecida pelo nome artístico de Bia Bedran, que marcou uma geração de crianças e educadores, com a sua proposta de educação através da arte de cantar e contar histórias. Beatriz também desenvolveu seu lado artístico, em programas de TV infantil e em shows feitos por todo o Brasil com a mesma proposta. Contudo, foram nas oficinas de contação de histórias da Uerj que ela deixou seu legado, capacitando vários professores a levarem adiante o imaginário lúdico das histórias cantadas e se tornando referência da educação infantil no país.


Quando a senhora começou a trabalhar na Uerj?


Comecei a trabalhar na Uerj em 1985. Sou graduada em educação artística com habilitação em música e musicoterapia. Fiz concurso para o CAP, para atuar como professora de música para crianças, e ali fiquei por dez anos com a proposta de contação de histórias através da música. Lembro que nesta época eu estava grávida, e depois que minha filha nasceu, eu a levava para o colégio e dava aula com ela lá, junto da criançada cantando. Era uma festa.


Em 1994, recebi um convite para levar parte da minha carga horária na realização de uma oficina de trabalho na sub-reitoria de extensão. O projeto, coordenado pelo professor André Lazaro, era uma espécie de capacitação para professores, que iriam trabalhar com crianças.

Eu batizei a oficina com o nome, “A arte de cantar e contar histórias”, que se tornou a marca do meu trabalho. No início, eu conciliava a oficina com o trabalho no CAP, mas, gradativamente minha carga horária foi se convertendo, até ficar totalmente voltada para oficina. Foi assim até 2013, quando eu me aposentei.

 


Qual a sua relação com a universidade?


Minha relação com a Uerj é muito afetuosa, porque ali foi o celeiro de um trabalho que eu levaria para toda minha vida. O projeto na sub-reitoria era, ao mesmo tempo, o resultado de uma experiência já minha, desde muito jovem como artista, e o embrião de uma oficina, posteriormente levada por mim para todo o Brasil.


O afeto a que me refiro na relação com a Uerj se deve também ao fato de eu ter recebido a liberdade de desenvolver, tanto no CAP quanto na oficina, a vertente da arte de narrar histórias, como sendo algo muito importante para formação de crianças e adultos.

 

Qual a importância do seu trabalho para a universidade?


A minha aula de música para as crianças no Cap era recheada por um trabalho que eu já desenvolvia como artista. Nesta época, eu estava ingressando na TV educativa, com um programa para crianças, que ficou no ar de 1987 até 1993.


Então, eu pude trocar com as crianças a ideia da criação musical nas histórias. Além disso, eu levava muita experiência do palco para a sala de aula, e o inverso também ocorria, muita prática com meus alunos era agregada ao meu programa na TV.


Em relação à oficina, ela foi muito conhecida e importante, passaram por lá cerca de 2000 professores. Eu formei muita gente. A importância deste trabalho, da arte de cantar e contar histórias, em que eu junto músicas e textos, é muito grande tanto para o professor quanto para o aluno, porque nele trabalhamos conteúdo e movimento. O interlocutor, independentemente da idade, para o qual eu entrego o trabalho musical e literário recebe o conteúdo e devolve para mim a sua recriação daquela história, de acordo com sua visão de mundo, além de trabalhar também a sua psicomotricidade.

 

A senhora tem alguma história curiosa ligada à Uerj?


Tenho várias. Lembro que nas oficinas, as professoras vinham do subúrbio ou da zona oeste de trem e isso as deixava muito cansadas, sem contar que, em seguida, davam aula o dia todo. Porém, elas tinham uma animação tão grande, ao ponto de me surpreender. O curioso é que elas achavam que essa energia partia de mim.


Recordo que uma vez a cada dois meses eu fazia um grande espetáculo de culminância das oficinas, com minhas alunas, no teatro Noel Rosa. No evento, nós interpretávamos no palco histórias que trabalhávamos nas oficinas. A troca artística que tive com professores, alguns dos quais nunca tinham pisado no palco, foi intensa.


Outra coisa que me marcou muito foi receber convites pela prefeitura, não como professora, mas como artista, para fazer show no teatro Odylo Costa Filho. Eu levava meus espetáculos musicais para lá e foi lindo, pois eu podia dizer que, naquele momento, quem estava no palco era a Bia Bedran artista, que trouxe um show via outra contratação.


O mais curioso é que só ingressei no mestrado em 2008, perto de completar meu ciclo. Defendi minha dissertação em 2010 com o título “A arte de cantar e contar histórias”. Ela  posteriormente transformou-se em um livro, que é referência para quem trabalha na área da cultura e literatura brasileira na infância.

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