Gosta de manter fama de má, ao mesmo tempo que esbanja generosidade
Por Davi Guedes e Luciano Alves
Foto: Luciano Alves
Alessandra Aldé em sala, após aplicação de prova
Alessandra Aldé é professora da graduação, com ampla experiência na área de pesquisa. Formada em jornalismo e com mestrado e doutorado na área de ciências políticas. Ela leciona para turmas de primeiro e segundo período as disciplinas ligadas à retórica e política, e gosta de extrair o máximo dos alunos, para retribuir a dedicação dos mais esforçados. Sua sala de aula é um local de cobrança, mas, sobretudo, de aprendizado.
Quando a senhora começou a trabalhar na Uerj?
Comecei a trabalhar na Uerj em 2004. Foi um momento muito marcante na minha vida, porque foi o momento da minha entrada no ensino público brasileiro. Entrei na Uerj junto ao período de implementação das cotas na instituição. Para mim, foi um universo que se descortinou, foi quando descobri a potência do ensino público brasileiro.
Qual a sua relação com a universidade?
Eu encontrei na Uerj um local onde o trabalho tem um significado maior. Vi na Uerj um ambiente muito diverso e representativo da população brasileira. Participar da educação pública brasileira é motivo de muito orgulho para mim. É muito gratificante ver o estudante quando ele chega - no primeiro período - e quando ele sai, e constatar que o ensino é muito transformador. Essa formação faz a diferença na vida das pessoas. Por isso, adoro a Uerj.
Em relação ao cotidiano, eu gosto muito do convívio que eu tenho aqui. Já atuei em diversas instâncias, inclusive com a pós-graduação, área com a qual me identifico bastante também. É um lado da universidade que eu conheço. A liberdade para o exercício de pesquisas na Uerj, por ser uma instituição pública, é outro fator que gosto de destacar, pois, diferentemente da rede privada, aqui a pesquisa não pressupõe apelos financeiros. Como já trabalhei no mercado privado, considero esse aspecto muito importante, pois acho que o pesquisador deve ter a liberdade para estudar o que ele quiser.
Explique a importância das suas disciplinas na formação do estudante.
Leciono as disciplinas relacionadas com a minha formação: Comunicação e Retórica e Comunicação e Política e as considero fundamentais na formação do profissional de comunicação. Dou aula dessas matérias já há muitos anos. No caso de retórica, a profissão exige sempre que se lide com o texto, com o discurso e com as práticas de redação e argumentação. Essas competências serão as ferramentas de trabalho dos estudantes, por isso é importante refiná-las. Já no caso de política, acho que a disciplina é muito importante para uma base mais sólida nesse campo, pois a formação básica é muito deficitária neste aspecto e não contempla devidamente a educação cívica. Então, principalmente para profissionais de comunicação, considero muito importante que o aluno saia da universidade com um pensamento mais crítico com relação à política. É muito satisfatório reencontrar ex-alunos anos, às vezes décadas depois e ouvir deles a importância que a minha disciplina teve.
A senhora tem alguma história curiosa ligada à Uerj?
Quando nós conseguimos passar o doutorado na pós-graduação. Nessa época, conseguimos fazer a Capes aprovar o curso de doutorado na pós-graduação e o processo foi muito complicado, demandou muito esforço e eu estava na coordenação do programa naquele momento. Então, enxergo isso como a coroação de um trabalho coletivo extremamente importante.
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