OComunicaVêOqueaUerjCurte: ‘Man’s Best Friend’ mostra que Sabrina quer ser - e será - Sabrina

Novo álbum da Sabrina Carpenter aposta em sensualidade, alfinetadas e consolida imagem da artista

Por: Luis Felipe

Foto:Instagram Sabrina Carpenter

Capa oficial do álbum Man’s Best Friend divulgada pela cantora

Entender fenômenos fora do seu nicho sempre foi uma tarefa complicada. Na era da comunicação algorítmica, em que os conteúdos são cada vez mais personalizados e os usuários vivem dentro de bolhas no ambiente digital, torna-se ainda mais complexo enxergar meteoros que não fazem parte da sua galáxia, ascendendo aos céus e se consolidando como ícones. Este jovem rapaz, que redige esta coluna, foi pego de surpresa ao ver que a ex-atriz mirim da Disney, Sabrina Carpenter, agora era uma das divas pops mais comentadas do momento, exibindo sensualidade nos palcos, dando alfinetadas em entrevistas, esbanjando coragem e personalidade — o que se consolida como uma marca da artista neste lançamento mais recente.

O COMUNICA ouviu o que a Uerj curte. Lançado no dia 29 de agosto, Man’s Best Friend, sétimo álbum de estúdio da cantora pop norte-americana, composto por 12 faixas, foi referenciado como o mais escutado no momento pela estudante do primeiro período de Pedagogia, Laís, no quadro O que a Uerj curte?, programa quinzenal nas redes sociais do COMUNICA, que permite a participação da comunidade na construção de pautas no portal. Nesta edição, a recente produção de Sabrina Carpenter venceu o último lançamento do grupo BTS, em votação nos stories do Instagram, e foi analisada por este colunista.

O amadurecimento de artistas mirins em frente a grandes públicos não é novidade. Demi Lovato, Ariana Grande e, especialmente, Miley Cyrus enfrentaram uma enxurrada de críticas ao mostrarem suas versões mais adultas diante dos espectadores, que, em sua grande maioria, parecem não aceitar que elas não são mais crianças. A coragem para assumir uma nova fase, mesmo diante desses e outros tantos exemplos do mundo da música, está presente em Sabrina Carpenter desde seu último álbum, Short N’Sweet

Reprodução - Youtube

Sabrina Carpenter em clipe da música Tears

Em Man’s Best Friend, ela segue consolidando o que foi iniciado no lançamento anterior. Falando abertamente de desejos sexuais e frustrações com manchilds (homens adultos imaturos), engana-se quem resume as músicas da estadunidense à temática sensual. O álbum apresenta um eu lírico que está no controle, que sabe o que quer — até nos versos sobre “pensamentos molhados”, de Tears —, mas que também se permite ser vulnerável, como em Nobody’s Son. A cantora fala sobre sexo de forma tão espontânea quanto fala sobre relacionamentos, sem fazer alarde ou cerimônia. Por isso, Sabrina enfatiza: “As pessoas adoram reclamar, mas são elas mesmas que viralizam justamente essas partes. No fundo, é você que está obcecado por sexo, não eu”, disse à revista Rolling Stone.

Com respostas atravessadas e sustentando escolhas polêmicas, o processo em torno do álbum mostra o quanto Sabrina quer trilhar o próprio caminho. Ao lançar uma capa alternativa “aprovada por Deus”, a artista também demonstra capacidade de capitalizar as repercussões em torno de seu nome.

Fui convidado a embarcar brevemente no universo das divas pops para realizar esta resenha. Ao escutar as faixas e refletir sobre as letras, lembrei de uma cena de As Virgens Suicidas, na qual uma personagem diz a um médico que ele jamais entenderia como é ser uma menina de 13 anos. Da mesma forma, talvez eu nunca compreenda totalmente o impacto que ícones como Sabrina têm sobre suas fãs. Entretanto, a cantora parece saber muito bem como dialogar com seu público e despertar sensações que só ela e eles entendem. Saio dessa viagem um pouco menos perdido do que entrei e com a certeza de que ainda ouvirei muito sobre ela.

.