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O impacto do aumento do metrô para a comunidade acadêmica da Uerj

Atualizado: 13 de mai.

A nova tarifa, de R$ 7,50, que entrou em vigor este mês, vem alterando a rotina dos estudantes e funcionários da universidade.


Por  Richard Gabriel        Redatora:  Julia Lima 


Fonte: Richard Gabriel

Entrada da estação de metrô do Maracanã


Passageiros do metrô do Rio de Janeiro agora pagam  R$ 7,50 em cada passagem. Desde o dia 12 de abril, quando o reajuste entrou em vigor, a medida vem impactando diretamente os estudantes e funcionários da Uerj que utilizam o transporte para chegar à universidade, que fica localizada em frente à estação do Maracanã. O último aumento havia sido há um ano, quando a tarifa passara de R$ 6,50 para R$ 6,90.


O aumento supera a inflação do período de janeiro de 2023 a janeiro de 2024 medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que ficou em 4,5%. Isso porque os gastos com equipamentos e manutenção; a quantidade diária de passageiros e um aumento de R$ 0,30 decorrente do fim do subsídio praticado entre 2022 e 2024 pelo governo estadual. 


Para a estudante de pedagogia Valentina Veloso, o novo aumento na tarifa do metrô está modificando sua rotina. “Eu estudo de noite, então pego muito trânsito para chegar à faculdade e com esse aumento eu tenho que escolher entre gastar uma quantia considerável a mais na passagem ou ficar mais de uma hora no trânsito só para chegar à aula.”


O aumento aprovado compromete cerca de 23% do salário mínimo, atualmente no valor de R$ 1.412. Isso porque o gasto médio mensal com o meio de transporte contando uma jornada de 22 dias de trabalho durante o mês é de R$ 330, considerando duas passagens por dia (no trajeto ida e volta) e sem contar os finais de semana. Desde o último aumento de tarifa, em abril de 2023, o estado adotou como medida de mitigação, uma tarifa social de R$ 5, que foi mantida. Este valor é o mesmo da tarifa comum do sistema metroviário de São Paulo, que possui uma malha com o dobro de extensão. Para ter direito a tarifa social é preciso:


• ter entre 5 e 64 anos;

• ter renda mensal declarada inferior ou igual a R$ 3.205,20;

• possuir cartão Riocard habilitado no Bilhete Único Intermunicipal e vinculado ao   próprio CPF;

• trabalhar sem carteira assinada ou não possuir renda.


Apesar disso, a tarifa social só cobre 2 passagens ao dia, o que acaba sendo ruim para os estudantes e trabalhadores que precisam pegar o transporte mais de 2 vezes no dia, como é o caso de Antonio Reis, do curso de Relações Públicas: “Tem dias que eu preciso usar o metrô mais de 2 vezes e acabo tendo que pagar o preço cheio. Então estou optando por ir e voltar da Uerj com 2 ônibus e gastando muito mais tempo com isso por causa do trânsito.”


Em contrapartida ao aumento do MetrôRio, a Supervia, operadora de trens urbanos do Estado do Rio de Janeiro, diminuiu a sua tarifa de R$ 7,40 para R$ 7,10 em fevereiro de 2024. Já a tarifa social dos trens permaneceu o mesmo valor do metrô, R$ 5. 


O sistema metroviário do Rio de Janeiro é gerido desde 1998 pela empresa MetrôRio, de iniciativa privada. Ele possui 54,4 km de extensão, divididos entre 41 estações e três linhas, que transportam cerca de 480 mil passageiros por dia.

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