Demitidos em 2015, ex-funcionários terceirizados da Uerj aguardam na justiça o pagamento de direitos trabalhistas
Por Luciano Alves Redator: Matheus
André Rodrigues lamenta a morte de ex-companheira de trabalho, Jacira, demitida da Construir em 2015 junto com os demais funcionários da empresa, então responsável pela contratação dos trabalhadores terceirizados da universidade. Jacira morreu pouco tempo após a demissão sem receber os direitos trabalhistas a que tinha direito, situação análoga à de muitos ex-companheiros de trabalho, que aguardam na Justiça o pagamento dos valores atrasados.
Foto: Luciano Alves
André Rodrigues na portaria do Haroldinho
O trabalhador terceirizado, atualmente porteiro do Pavilhão Haroldo da Cunha, é um dos poucos funcionários daquele período que ainda permanece na universidade. Ele conta que após ser demitido da Construir fora recontratado, desta vez pela CNS (Companhia Nacional de Serviços).
O porteiro afirma que todos sabiam da delicada condição financeira da Construir, tendo em vista os recorrentes atrasos no pagamento dos salários. Tal situação viria a se confirmar após comunicado da empresa demitindo todos os funcionários, sob justificativa da falta de repasses financeiros por parte do governo do Estado do Rio de Janeiro.
Os funcionários alegam ter recebido apenas os valores referentes ao FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Os demais direitos trabalhistas, como férias e 13º salário, jamais foram pagos.
Celso de Oliveira, diretor do Deseg (Departamento de serviços gerais), relata que na época isso ocorreu porque a Construir centralizava praticamente todos os contratos terceirizados da universidade. No caso de uma crise financeira, todo o sistema poderia ser abalado, como de fato veio a ocorrer em 2015.
André Furtado, servidor da Uerj com atuação no conselho universitário e no Sintuperj (Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas do Estado do Rio de Janeiro), afirma que a Construir mantinha comportamento lesivo aos trabalhadores mesmo antes da crise de 2015, como atrasos no pagamento de salários e benefícios, especialmente em períodos de renovação de contrato.
O Conselheiro relembra que naquele período vários encaminhamentos de apoio e solidariedade aos funcionários da empresa foram aprovados nas assembleias do Sintuperj. Ainda assim, não foi possível evitar o estopim da crise que resultaria na demissão de todos os funcionários da Construir. Agora, diz, cabe a todos esperar pelo andamento do processo na Justiça, cuja lentidão ainda não foi capaz de produzir a reparação necessária a todos que sofreram com o descaso da empresa.
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