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  • Foto do escritorFernanda Ferreira Ventura

Marighella segue resistindo e fazendo história


De censurado em 2019 a filme mais assistido nos cinemas em 2021, Marighella volta a ser assunto em 2023 pela exibição em formato de minissérie na Rede Globo. Dirigido por Wagner Moura, o longa conta uma parte da história de Carlos Marighella, ex-deputado e líder do grupo Ação Libertadora Nacional (ALN) durante o regime militar, instalado em 1964.


Com interpretação de Seu Jorge como protagonista, Marighella traz nomes como Bruno Gagliasso, Luiz Carlos Vasconcelos e Adriana Esteves no elenco. O filme é inspirado na biografia Marighella: o Guerrilheiro que Incendiou o Mundo (2012), escrita pelo jornalista Mário Magalhães.


Foto: Reprodução

Cenas do longa Marighella (2019).


Em 2019, Marighella teve seu lançamento adiado indefinidamente no Brasil. Em nota, a produtora O2 Filmes informou que a estreia, prevista inicialmente para 20 de novembro de 2019, foi cancelada porque os realizadores não conseguiram cumprir os trâmites exigidos pela Agência Nacional de Cinema (Ancine). A data escolhida marcaria o mês de 50 anos do assassinato de Carlos Marighella e, também, o dia da Consciência Negra.


Desde o início do mandato como presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) vinha declarando recorrentemente a intenção de ampliar o controle sobre as produções audiovisuais brasileiras apoiadas pela Ancine. Logo no início de seu governo, em 2019, Bolsonaro afastou o presidente da agência, Christian de Castro, e outros quatro servidores.


Em 2021, dois anos depois, Marighella foi lançado e alcançou a marca de filme nacional mais assistido nos cinemas no período. E após quase quatro anos, a Rede Globo exibe uma minissérie em quatro capítulos com cenas completas e extras do filme que se tornou símbolo de resistência.


Foto: Reprodução

Marighella (2019) foi exibido em formato de minissérie pela Rede Globo no último dia 16.


O longa resistiu a um período em que a cultura nacional sofreu golpes dolorosos, corte de verbas e uma grande desvalorização da pasta no ministério. E, segundo o personagem Carlos Marighella (1911-1969), o "inimigo do Brasil", esses tempos sombrios passaram, e não voltarão. A cultura novamente sendo reflexo da realidade e das mudanças que só o tempo traz. E que, se depender de revolucionários como Marighella, a luta nunca terá fim.



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