Bares nos arredores da UERJ acompanham calendário universitário para manter lucros
Não há dúvida que as principais atrações nos arredores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) são os bares. Seja na correria da semana ou no famoso "sextou", eles são a escolha certeira dos alunos para relaxar e se distrair após um longo dia de trabalho e estudos. Sendo assim, parece senso comum dizer que os bares próximos à universidade se sustentam com lucros inimagináveis apenas quando as aulas estão acontecendo, mas será que essa afirmação é verídica?
Tanto Bruno Ribeiro quanto Aline Souza, proprietários dos bares Loreninha e Beija-flor, respectivamente, são os mais capacitados sobre o assunto quando se diz respeito ao comércio ao redor do Campus.
Por Júlia Klotz
O proprietário do Bar Loreninha não deixou dúvidas de que não apenas os alunos, mas os demais funcionários da universidade são peças-chave para o crescimento do bar. “95% do público do bar é representado pelo efetivo da Uerj”, afirmou Bruno. Aline também informou que 99,9% dos consumidores do seu estabelecimento são servidores da instituição.
Bruno acrescenta que o período pandêmico foi muito triste para ele, já que acumulou dívidas e empréstimos que não estavam previstos, e que até hoje não foram quitados. Por isso, uma de suas estratégias foi colocar a loja no aplicativo gastronômico Ifood. Apesar disso, o proprietário ainda depende muito de um planejamento alinhado com o calendário da faculdade, pois é daí que vem o seu lucro.
O comerciante comparou os períodos de recesso acadêmico ao de isolamento durante a pandemia em quesito de ganhos para seu estabelecimento. “Eu não estava preparado para o recesso que vocês tiveram nos meses de setembro e outubro, o que fez com que eu atrasasse ainda mais as contas”, relatou o dono do Loreninha. Aline, por outro lado, já estava sabendo do recesso e se preparou para que não afetasse o famoso Beija-Flor.
Por Júlia Klotz
Ambos os empreendedores reiteraram o quão importante é a universidade para os comerciantes dos arredores da Rua São Francisco Xavier. Durante a semana é quando mais lucram, por ser um momento em que a Uerj está a todo vapor.
Aline pontua a importância da instituição para que haja cada vez menos perigo nas ruas por conta do movimento. Já Bruno, ao relembrar de tempos mais coloridos, conta da época em que a Uerj disponibilizou o estacionamento para os torcedores dos jogos do Maracanã, época em que movimento era maior, já que os torcedores saiam da faculdade e logo se deparavam com os bares, aproveitando para fazer o “pré-jogo” lá.
O fato é que, mesmo que os tão famosos bares sejam concorrentes, eles também são semelhantes, pois sofrem do mesmo problema: o recesso da universidade. Diante disso, é necessário que haja uma conversa contínua dos empreendedores com a instituição, para que os seus empreendimentos não entrem em crise e os alunos não percam o local de distração que os é tão familiar.
Excelente matéria, muito bem escrita com olhar sensível ao que está acontecendo. Parabéns!!
Excelente matéria.
A prova de quanto a UERJ é importante, não só para os frequentadores mas também para o comércio local.
Bela matéria