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Lixo vira luxo nas mãos de quem sabe cuidar

Técnicos ambientais da Prefeitura dos campi explicam a importância da implantação do projeto de coleta seletiva solidária na Uerj


Por Luciano Alves            Redatora: Rafaela Pina


  Foto: Luciano Alves

 Vanessa Cunha em sua sala na Prefeitura dos campi


Vanessa Cunha, técnica ambiental da Uerj, e seu colaborador terceirizado Marcelo Lima trabalham na prefeitura dos campi e estão à frente da comissão de coleta seletiva solidária da universidade, criada em 2021 e implementada em 2023 com a chegada da técnica à instituição. Eles explicam o poder que o programa de coleta seletiva tem como objetivo principal criar uma rede de apoio que beneficia a todos os envolvidos, desde a própria instituição até as cooperativas de reciclagem, passando pelo meio ambiente e a sociedade em geral.


Eles ainda destacam causas sociais que são beneficiadas pela iniciativa, como, por exemplo, as ONGs (organizações não governamentais),  que cuidam de animais em situações de rua ou vítimas de maus tratos que recebem recursos obtidos pela reciclagem de tampinhas plásticas, numa parceria do projeto Uerj em Ação, entre a SR3 (Sub Reitoria de extensão e cultura) e o Caiq (Centro acadêmico do instituto de química).    


Foto: Luciano Alves

Coleta de tampinhas


O processo teve início em 2007, mas enfrentou obstáculos que o impediram de prosperar. Tentativas de parcerias com cooperativas em 2011 também não foram bem-sucedidas, levando o projeto a ficar estagnado. Foi somente em 2019, impulsionado pelo decreto estadual 40.645/2007, que a iniciativa foi retomada como uma prioridade. Com o objetivo de atender às demandas do decreto, a comissão de coleta solidária foi criada em 2021, contando com representantes de todas as unidades da universidade. Apesar de um início tímido, com a participação limitada de alguns departamentos e bibliotecas, o projeto ganhou força e determinação para se tornar uma realidade efetiva.


No ano de 2023, um novo capítulo se abriu na história da coleta seletiva da Uerj, com a chegada de Vanessa à universidade. Assumindo a presidência da comissão, ela trouxe uma expertise singular, dando um novo impulso ao programa. Sob sua liderança, foi realizado um segundo chamamento público, convocando cooperativas a se inscreverem mediante documentação e licenças necessárias. 


Para impulsionar o programa na outra ponta, foram instaladas lixeiras seletivas em cada andar do Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha (Haroldinho) e outras três no Pavilhão João Lyra Filho, sendo uma delas no quiosque externo e outras duas nas cantinas do quinto e sétimo andar, bloco E.


Neste novo sistema, não há necessidade de separação prévia do resíduo por parte do usuário. Basta apenas que se jogue o material reciclável na lixeira, e, para ajudar na identificação do resíduo a ser descartado ali, existe até um panfleto com figuras ilustrativas logo acima das lixeiras. Depois de um certo tempo, o material é recolhido e, então, se junta ao resíduo seletivo que veio de salas e departamentos específicos da universidade. Todo o material é então levado para um abrigo fechado, com acesso restrito, que fica na área do estacionamento da baleia, ao lado da caçamba de lixo comum. Quando o abrigo fica cheio, a cooperativa recolhe e leva para suas instalações, onde é feita a separação seletiva do material, que posteriormente é vendido.


Ao passo que a cooperativa responsável pela coleta obtém lucro com a venda dos materiais recicláveis, a universidade economiza nos custos de destinação do resíduo comum, que, de outra forma, seria pago pela instituição como uma grande geradora de resíduos. Esse modelo exemplar não só reduz o impacto ambiental ao evitar o envio de resíduos para aterros sanitários, como também gera novas oportunidades de emprego para a sociedade. Além disso, o programa inclui pontos de entrega voluntária (PEVs) para resíduos específicos, como pilhas, baterias e óleo de cozinha, que não são recolhidos pelas cooperativas devido a suas características perigosas. Esses PEVs, localizados em áreas estratégicas como o Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha e o hall dos elevadores do Pavilhão João Lyra, permitem que os membros da comunidade universitária contribuam de forma ainda mais abrangente para a sustentabilidade do campus.


Este material recolhido nos PEV vai ter um destino que está relacionado com parcerias pontuais específicas que estão alinhadas com projetos de relevância social. A maquiagem, por exemplo, está inserida numa parceria entre a Uerj e o Cefet Maracanã, e assim ela é encaminhada para uma artista da instituição federal, que usa o material em suas composições.


Além disso, os técnicos responsáveis pelo programa ressaltam a importância das empresas gestoras de resíduos de logística reversa, exigidas pelo governo federal para lidar com os resíduos de suas respectivas indústrias. Por meio de contatos estabelecidos no site da Terracycle, gestoras foram alinhadas para gerenciar o programa e retirar os demais resíduos descartados nos pontos de entrega voluntária, consolidando assim um ciclo de responsabilidade ambiental e social.


Os responsáveis pelo programa de coleta seletiva na Uerj reconhecem os avanços alcançados até o momento, porém, estão cientes da necessidade de ampliar sua abrangência e aprimorar sua funcionalidade. Para alcançar esse objetivo, planejam lançar uma nova chamada pública, sincronizada com o início do próximo contrato de limpeza. Essa estratégia visa à entrada de profissionais capacitados em coleta seletiva, que poderão circular pelos diferentes andares, oferecer orientações, esclarecer dúvidas e transformar o processo em uma rotina diária para todos os envolvidos.


Assim, eles pretendem fazer o programa alavancar, podendo avançar também na coleta de orgânicos para compostagem e também, quem sabe, uma possível parceria com o restaurante universitário para gestão dos resíduos gerados lá, que atualmente é de responsabilidade da empresa que detém o contrato do restaurante. Os técnicos ambientais pretendem também aumentar a divulgação do programa para a comunidade universitária, embora já exista atualmente uma página do Instagram da coleta seletiva, e um banner na entrada da São Francisco Xavier, chamando a atenção de todos para essa iniciativa.


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1 Comment


Felipe
Felipe
May 27

É uma ideia muito interessante! A reciclagem é algo que precisa ser feito, principalmente para diminuir os danos ao meio ambiente. Eu acho que esse projeto tem tudo pra dar certo e fazer muita diferença na vida de muitas pessoas.

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