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  • Foto do escritorHugo Lage

Livreiro ‘raíz’: conheça mais sobre Marcelo de Souza Pereira

Atualizado: 4 de fev. de 2023

Enfrentando problemas diários, vendedor de livros fala sobre experiência profissional


"O dia que roubarem livros no Brasil, é para comemorar", afirmou o livreiro Marcelo de Souza Pereira. Há cerca de dez anos vendendo obras literárias na frente da Uerj, ele não parece confiante na curiosidade das pessoas pela leitura. Segundo o próprio, esse desinteresse é o que mais prejudica suas vendas.


Marcelo exibe alguns dos livros à venda


Aos 43 anos, Marcelo está todos os dias no portão da universidade, próximo a rampa do metrô, tentando realizar seu trabalho. Entre às 9h e 18h, o livreiro disponibiliza seus livros para aqueles que se interessam, exceto em dias de chuva. Admitindo problemas para vender, ele comenta que os preços variam entre R$ 5 e R$ 30, com poucas exceções de valores superiores.


A ligação do livreiro com a Uerj não é apenas geográfica. Marcelo fez aulas de teatro na universidade quando tinha 15 anos. Ainda na juventude, ele trabalhou vendendo livros no nono andar da instituição. Apesar disso, sente distanciamento de muitos professores e alunos. De acordo com ele, existem aqueles que nem olham seus livros.


Apesar de reconhecer que o mercado de venda de livros está migrando para o on-line, Marcelo diz preferir manter-se longe do virtual. Ele tem receio que problemas em sites ou servidores atrapalhem seu trabalho. Além de livreiro autônomo, ele já trabalhou na Livraria Consequência, localizada no Centro do Rio. Com muito tempo de experiência, Marcelo declara que prefere não ter chefes, apenas faz serviços pontuais para livrarias.


Expondo cerca de 10 mil livros diferentes desde que começou, a média diária é de 200. Sobre as vendas, Marcelo fala que não há uma quantidade exata, mas deve comercializar por volta de 20 exemplares diariamente. Estando perto da Uerj, o livreiro acredita que é um número baixo, e afirma ter vendido cerca de mil em tempos passados.


Além da chuva e do desinteresse, Marcelo enfrenta outro problema: não tem telefone. Isso atrapalha sua comunicação e para receber pagamentos no PIX. Por isso, ele só aceita dinheiro. Em casos raros, outros ambulantes lhe ajudam, recebendo o PIX do comprador e dando o dinheiro para Marcelo.


Apesar de não possuir nenhum livro próprio, Marcelo conhece muito sobre as obras que vende. Ao comprar, ele as lê para poder falar com seus clientes sobre cada uma. Apresentando obras de Machado de Assis, Jorge Amado, até livros de ficção sobre videogames, o catálogo para vendas é amplo. O livreiro afirma que não há livro ruim, todos têm um leitor próprio.


Mesmo que com dificuldades no trabalho, Marcelo tem uma relação tranquila com os outros ambulantes. Não existe competição entre eles, mesmo com os outros livreiros que frequentam a região próxima da Uerj.




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