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Keila Simpson se torna primeira travesti no Brasil a receber título de Doutora Honoris Causa

Marco para comunidade trans, ela é reconhecida pela Uerj por seus feitos em prol da comunidade LGBTQIAPN+


Por Everton Victor                                                       Redatora: Leticia Santana


Foto: Gab Van / Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania)

Keila Simpson (terceira à direita) recebe homenagem na Uerj 


A ativista Keila Simpson (58) se tornou a primeira mulher travesti brasileira a ganhar o título de Doutora Honoris Causa em vida de uma universidade. O título foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Universitário da Uerj e a cerimônia de consagração foi realizada no dia 18 de abril de 2024 na Capela Ecumênica da instituição. Uma titulação simbólica que se estende para além da representatividade, mas também pela relevância de sua atuação no campo da defesa dos direitos da população trans.


A militância de Keila Simpson teve início nos anos 1990, quando fundou a Associação de Travestis de Salvador e a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), esta última presidida por ela. Em 2013 recebeu o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, participou de eventos organizados pela ONU, além de atuar em campanhas para a comunidade trans realizadas pelo Ministério da Saúde.


A entidade é fruto da primeira ONG de travestis e transexuais da América Latina, a Astral, fundada em 1992, posteriormente transformada em Antra. Ponto de acolhimento da população trans e travestis no contexto de epidemia do HIV nos anos 90, a instituição mantém prestígio pelo trabalho de acolhimento, produção de dados, mapeamento de casos de violência e produção de pesquisas sobre a comunidade trans no Brasil. 


Foto: Uerj

Conselho Universitário da Uerj concede por unanimidade o título de Doutora Honoris Causa para Keila Simpson


Durante o evento, a professora Sara York (49),  travesti e docente da Uerj, ressaltou a titulação como uma vitória coletiva das travestis que ainda lutam para sobreviver. O Brasil é reconhecido como um dos países que mais matam pessoas trans no mundo, e a expectativa de vida desse grupo gira em torno de 35 anos.


O reconhecimento foi celebrado pelo movimento LGBTQIAPN+ e organizações de direitos humanos, como a ONU. Através de Keila Simpson, não apenas sua história, mas a história da ANTRA e das mulheres trans ganham visibilidade e reconhecimento. O título de Doutora Honoris Causa é a maior honraria concedida por universidades a personalidades que se destacaram devido a suas contribuições para a sua área de conhecimento no meio acadêmico.


O evento contou com a presença da Secretária Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIAPN+, Symmy Larrat, representando o Ministério da Igualdade Racial. A gravação ainda não está disponível no youtube.

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