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Indústria de games no Brasil: desenvolvimento, realidade e desafios

Márcio Filho, presidente da Associação de Desenvolvedores de Jogos Digitais do Estado do Rio de Janeiro (Ring)  expõe sua opinião sobre o  cenário atual da indústria dos games no Brasil.


Repórter: Diogo Lourival     Redator: Eduarda

              

Foto: Diogo Lourival

Mesa-redonda: Indústria de games, na 5ª conferência estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação


A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) sediou a 5ª Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do estado, realizada no teatro Odylo Costa, filho , com debates temáticos na presença de especialistas. O evento realizado na quarta-feira, dia 3 de abril, contou com diversas mesas-redondas e uma delas abordou a questão dos games, setor em ascensão no Brasil, trazendo à tona tanto desafios quanto avanços significativos.

Eduardo Leite, sócio da Imperial eSports, um dos palestrantes da mesa-redonda, iniciou sua intervenção enfatizando que os esportes eletrônicos devem ser reconhecidos como esporte legítimo pela sociedade ao destacar a disciplina, o treinamento e a dedicação necessários para competir nesse ambiente. Essa visão mais ampla dos eSports como atividade esportiva traz implicações diretas na forma como os profissionais são tratados e remunerados.


Além disso, Márcio Filho, presidente da Associação de Desenvolvedores de Jogos Digitais do Estado do Rio de Janeiro (Ring) , ressaltou o potencial educativo dos games. Ele argumentou que, assim como o esporte tradicional, os jogos eletrônicos podem oferecer experiências de aprendizado valiosas, desde simulações complexas até estratégias de resolução de problemas. Essa perspectiva ampliada sobre os benefícios dos games vai além do entretenimento, alcançando o campo da educação de forma significativa.


Outro aspecto discutido na mesa-redonda foi a necessidade de definir uma categoria específica no Código Nacional de Atividade Econômica (CNAE) para empresas de jogos eletrônicos. Essa medida não apenas facilitaria o acesso a benefícios fiscais e incentivos governamentais, mas também ajudaria a compreender melhor a dinâmica e a importância econômica desse segmento, contribuindo para políticas mais eficazes e direcionadas.


No contexto político, o destaque foi para o projeto de lei (PL) 2796/2021, conhecido como Marco Legal da Indústria de Jogos Eletrônicos no Brasil. A nova versão da PL, proposta pelo deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) , ao passar a reconhecer oficialmente a existência de empresas dedicadas aos jogos eletrônicos, cria um ambiente regulatório mais claro e favorável ao desenvolvimento desse setor, o que pode influenciar diretamente nas condições de trabalho dos profissionais envolvidos.


Apesar dos avanços legais e das discussões positivas na conferência, a exploração trabalhista na indústria de games é uma questão que não foi abordada pelos palestrantes. Entretanto, continua sendo um desafio para os desenvolvedores de games. Jornadas extensas, pressão por resultados e formas precárias de contratação dos profissionais ainda são realidades enfrentadas por muitos  trabalhadores do setor.Em entrevista exclusiva ao COMUNICA, Márcio trouxe visões acerca desta questão. O Brasil vive um cenário cinzento nesta questão. Como não há reconhecimento de profissões específicas do setor, a lei trabalhista consegue trazer as proteções mais gerais sobre os trabalhadores, mas não é possível definir exatamente cada atividade das profissões típicas. Não há dúvidas sobre descanso remunerado, sobre férias ou décimo terceiro salário, mas qual é o limite das atividades de um game designer? Sem que haja o reconhecimento das profissões, não haverá segurança jurídica no país, nem para empresas, nem para trabalhadores do setor.”


De acordo com Márcio, um mundo que lida com a ASG (Ambiental, Social e Governança), que são propriedades fundamentais que as empresas precisam estar cumprindo rigorosamente,  não pode admitir adoecer trabalhadores, especialmente aqueles de um setor que lida com criatividade e inovação. O presidente da Ring ainda alerta sobre a necessidade e a importância da regulamentação do setor.


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1 Comment


Sam Santos
Sam Santos
Apr 25

incrível 👏

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