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Geração Z no mercado de trabalho

Pesquisas apontam tendência de empresas a evitarem contratação de jovens recém-formados e citam os principais motivos como recusa a abrir a câmera e a presença dos pais nas entrevistas.


Por Bernardo Cunha     Redatora: Beatriz Araujo


Após anos de dedicação aos estudos, é comum que o estudante recém-formado busque no mercado de trabalho oportunidades para construir sua carreira profissional. No entanto, essa realidade tem encontrado cada vez mais obstáculos. Pesquisa feita pela revista on-line Intelligent revelou que quatro a cada dez recrutadores escolhem não contratar profissionais mais jovens, que ainda estão ingressando no mercado de trabalho. 


Em dezembro de 2023, 800 profissionais, entre gerentes, diretores e executivos foram entrevistados. Desses, 39% afirmaram dar preferência a profissionais mais experientes. Entre os que alegaram preferir candidatos mais velhos, 60% disseram que oferecem benefícios a mais para convencer esses profissionais a aceitarem a vaga e 59% chegaram a oferecer um salário maior, para garantir que não iriam precisar contratar um candidato mais jovem. 


Infográfico: Bernardo Cunha

De 100 profissionais, 39 evitam contratar jovens recém-formados


Segundo os entrevistados, o momento da entrevista de emprego é crucial. Um em cada cinco afirmou que a geração Z, ou os ‘nativos digitais’ nascidos, em média, entre a segunda metade da década de 1990 e o ano de 2010, não se prepara adequadamente, destacando problemas como a falta de contato visual, demandas salariais excessivas e vestimenta inadequada para a ocasião. Além disso, 19% dos recrutadores mencionaram situações inusitadas, como o candidato levando os pais para a entrevista. Cerca de 21% relataram jovens que se recusaram a ligar a câmera durante entrevistas on-line.


O comportamento da geração Z no trabalho também foi apontado na pesquisa, indicando a dificuldade dos profissionais em trabalhar com recém-formados. Entre as reclamações mais comuns, são ressaltadas a dificuldade em conseguir gerir a carga de trabalho, os atrasos frequentes, e prazos não cumpridos e as dificuldades de comunicação. O uso da vestimenta e linguagem inapropriada também são citados. 


Pesquisa mais recente aponta dados semelhantes


Em janeiro de 2024, a plataforma de currículos dos Estados Unidos, Resume Builder, entrevistou cerca de 700 gerentes para entender melhor a relação das empresas com a geração Z e o resultado da pesquisa chama a atenção.


Os profissionais consultados em ambas pesquisas apontam problemas semelhantes: 31% dos entrevistados pela Resume Builder afirmam evitar candidatos mais jovens, apenas 8% a menos que os da revista Intelligent. Em relação aos motivos apresentados tanto no processo seletivo quanto no ambiente de trabalho são destacadas novamente a demanda salarial incompatível, a falta de contato visual e a vestimenta equivocada. E 9% afirmam já ter visto candidatos levando os pais para a entrevista, enquanto 13% já lidaram com candidatos que não ligaram a câmera em conversas on-line. 


A pesquisa feita pela Resume Builder apresenta também dados sobre a taxa de demissões derivadas da relação conturbada entre as diferentes gerações no ambiente de trabalho. Entre os cerca de 700 entrevistados, 36% dizem já ter demitido um funcionário da geração Z em menos de um mês de trabalho, 17% em menos de uma semana e 5% em menos de um dia, devido aos problemas apontados nas pesquisas. 


Pandemia pode ter influência nesse cenário


Stacie Haller, consultora-chefe de carreira da Resume Builder, ressalta que a pandemia trouxe à geração atual de jovens adultos problemas e desafios totalmente únicos com relação a gerações anteriores. 


A professora de comunicação estratégica do Ithaca College, Diane M. Gayeski afirmou à Intelligent que os problemas de comunicação dessa leva de jovens recém-formados da faculdade podem ser vistos como um sintoma de terem passado dois anos de seu período de formação presos em casa. Como estavam em anos universitários, muitos assistiram à aula somente on-line e não puderam participar de atividades, clubes e estágios. Ou seja, não puderam desenvolver habilidades sociais de interação e de relação em grupo. 

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1 comentario


Sam Santos
Sam Santos
07 may

incrível 👏 👏 👏

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