Geração Z e desafios de adaptação ao ambiente corporativo

Profissional de RH aponta resistência de jovens às regras e à cargos de gestão

Por: Patrick Veloso

Reprodução: Pexels

Jovens da geração Z, nascidos entre 1995 e 2010, continuam gerando discussões sobre sua inserção no mercado de trabalho. Apesar de pesquisas indicarem que alguns recrutadores preferem contratar profissionais mais velhos, essa não é uma regra para todos. Karla Costa, analista de RH, afirma que não vê uma preferência por candidatos mais velhos nas seleções que realiza.

Segundo Karla, sua função envolve não somente o recrutamento e seleção de profissionais, mas também o apoio ao desenvolvimento desses talentos dentro da empresa. E é justamente nesse ponto que surgem os desafios com os mais jovens."Já enfrentei problemas principalmente com a adaptação ao ambiente corporativo, que exige regras e diretrizes," afirma a profissional. Um ponto levantado por ela é o desinteresse em cargos de liderança. "Percebo que a geração mais nova cada vez menos tem interesse em assumir cargos de gestão. Isso pode se tornar um problema ao pensar no futuro de uma equipe dentro da organização."

Enquanto muitos apontam dificuldades da geração Z com questões como saúde mental, comportamento em entrevistas ou alta rotatividade nos empregos (job hopping), Karla destaca uma preocupação estratégica: a sucessão de lideranças.

Aos 33 anos, a profissional também ressalta que, apesar dos desafios, nunca enfrentou problemas por conta de sua própria idade no mercado de trabalho. Esse contraste mostra como o cenário é multifacetado e depende não apenas de gerações, mas de cultura organizacional, valores e expectativas tanto dos jovens profissionais quanto das empresas.

Em um mercado cada vez mais dinâmico, equilibrar inovação e estrutura parece ser o grande desafio para o futuro do trabalho. Da mesma maneira que, no passado, houve resistência à entrada dos millennials, a geração Z tem conquistado espaços trabalhistas apesar das dificuldades.