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  • Foto do escritorComunica Uerj

Gavião, jabuti e até jiboia são alguns dos animais usados em tratamento terapêutico na Uerj

TeAcolhe Uerj atua com diferentes bichos  por acolhimento e auxílio de pacientes


Por Bernardo Cunha         Redatora: Sofia Molinaro


O TeAcolhe Uerj (@teacolheuerj) é um programa multidisciplinar que, entre outras práticas, atua no processo terapêutico de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) utilizando a zooterapia. Nas palavras do coordenador do projeto,  professor Alexandre Bello, a zooterapia é um serviço assistido por animais com um plano terapêutico bem-definido e executado por uma equipe de profissionais da saúde. Na Policlínica Universitária Piquet Carneiro (PPC), os pacientes encaminhados recebem a terapia, com cachorros, coelhos ou até mesmo gaviões e jiboias, que pode atuar na saúde mental, no desenvolvimento fonoaudiológico, neurológico, entre outros. O tratamento, porém, está temporariamente suspenso, enquanto há maior estruturação e cadastramento no Sisreg e no SER.


Programa também atua em outras atividades com animais


Com foco somente na zooterapia, o projeto, que teve seu início em 2018, foi suspenso durante a pandemia, porém retornou à atividade em 2023 abrangendo outras práticas. Alexandre Bello explica que, além da zooterapia em si, o programa atualmente funciona sobre mais dois pilares: visitação e pesquisa/ensino. A visitação consiste em levar os animais às pessoas, como em hospitais, e promover o acolhimento, a redução da ansiedade, o conforto e o bem-estar para os hospitalizados. Essa vertente ocorre no Hupe, atuando hoje em dia na UTI pediátrica, no ambulatório de pediatria, na enfermaria pediátrica e de neurologia. Entretanto, procuram expandir para outros setores futuramente. Já o pilar da pesquisa consiste na elaboração acadêmica de conhecimento na área com relação às práticas terapêuticas com animais, além da promoção de palestras e outras formas de disseminação desse conhecimento. 


Bem-estar tanto dos pacientes quanto dos animais é prioridade


No Hupe, o programa conta com coelhos, calopsitas, gatos e cães: Frida (@frida.caoterapeuta), uma SRD (sem raça definida) que foi a primeira cadela coterapeuta do programa e atua como cão de suporte emocional, o Jorge (@jorge.collie), um border collie que ainda está em processo de formação, e a golden retriever Lua (@_golden.lua_), que entrou recentemente, mas já atua como cão de suporte, além de ser influenciadora digital, com cerca de 43 mil seguidores nas redes sociais. Já na PPC/Uerj, além dos mencionados gavião, jabuti e jiboia, eles contam com  furão, coelhos e outros animais.


Acervo pessoal

Atrás: Fernanda e Daniel, tutores de Lua; Professor Alexandre Bello. Agachado: Gabriel, filho do professor Alexandre e pessoa com autismo nível de suporte 2 e a cadela Lua


Todos os animais são fornecidos voluntariamente pelo seus tutores. Muitos tutores tiveram conhecimento do programa através da iniciativa Uerj Sem Muros e entraram em contato para disponibilizar seus animais. Antes de ser inserido no programa, porém, o animal é submetido a uma série de avaliações feitas por profissionais para saber se ele é apto ao serviço, se é tolerante ao toque, se não é agressivo, além de um laudo veterinário que é renovado mensalmente para garantir que ele está seguro para entrar em contato com os pacientes. É uma preocupação do programa que o bem-estar de cada animal também seja respeitado, por isso estão sempre presentes profissionais que vão se atentar ao momento em que o animal precisa parar e descansar, se ele precisa fazer suas necessidades e, assim, é avaliado o tempo que o animal consegue estar disposto sem que isso traga algum mal-estar.


No plano terapêutico, após a garantia de que não há qualquer alergia ou fobia a alguma espécie, o paciente, que foi encaminhado por um profissional médico, irá entrar em contato com os animais e interagir livremente, mas sempre acompanhado por profissionais de diferentes áreas da saúde, que observam a interação, recomendam atividades para o paciente e o animal e também monitoram o avanço do paciente nas suas demandas, como melhora na socialização ou desenvolvimento cognitivo.


Zooterapia ainda não é uma prática institucionalizada no SUS, mas projeto de lei busca mudar essa realidade


A zooterapia ganhou força a partir da década de 60, pela renomada médica psiquiatra Nise da Silveira, que a praticava com gatos e cachorros em pacientes. A atividade é considerada promissora no tratamento complementar de pacientes com questões psíquicas, motoras, sociais, entre outras, melhorando a socialização, comunicação, etc.


Apesar disso, a zooterapia não é reconhecida no Sistema Único de Saúde como um tratamento complementar. A luta dos profissionais que acreditam nessa forma de terapia com auxílio de animais culminou em um projeto de lei, o PL Nº 1538/2023, da deputada federal Elika Takimoto (PT), que busca incluir a zooterapia como uma das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). Essas práticas são abordagens terapêuticas que têm como objetivo prevenir agravos à saúde, a promoção e sua recuperação, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre ser humano, meio ambiente e sociedade. Reiki, aromaterapia, meditação e yoga são algumas das que compoẽm as PICS. O projeto de lei apresentado também institui que a Uerj seria a responsável pela gestão técnica advinda da implementação desta lei. Para ler o PL Nº 1538/2023 completo, clique aqui.

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