Por Gabriel Machado
Foto: Institucional/Uerj
No último dia 29, a Pró- reitoria de Políticas e Assistência (PR-4) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foi sede do Fórum dos Centros Acadêmicos do Campus Maracanã, reunindo as principais lideranças estudantis para discutir os temas que são prioridade para os alunos, como políticas de permanência, infraestrutura, acesso a recursos e o papel dos centros acadêmicos (CAs) na defesa dos direitos estudantis.
Neste ano, o evento teve como destaque a busca por novas estratégias para enfrentar os desafios ocasionados pelos recentes reajustes nos critérios de concessão de bolsas e auxílios estudantis e pela greve estudantil, que ocorreu entre agosto e outubro.
O Fórum promoveu mesas de debate nas quais foram abordados temas como inclusão, direitos dos estudantes na universidade, assistência estudantil e o orçamento da instituição. As discussões reforçaram a importância de uma atuação mais coordenada dos centros acadêmicos e de um vínculo mais próximo com o corpo discente, especialmente em um cenário de cortes no financiamento e de dificuldades econômicas enfrentadas pelos alunos.
Fortalecimento e desafios dos CAs
Um dos principais debates do Fórum girou em torno do fortalecimento da atuação das entidades na representação dos interesses e necessidades dos estudantes. A proposta é tornar os centros acadêmicos mais acessíveis e transparentes, promovendo uma interação contínua com os alunos e consolidando o papel dessas entidades no apoio às pautas prioritárias.
As discussões sobre a assistência estudantil foram intensas, destacando a necessidade de políticas de apoio financeiro para ajudar os estudantes de baixa renda afetados pelos novos critérios estabelecidos pela PR–4, como bolsas de estudo, auxílio-transporte e auxílio-permanência. Um exemplo de efeito nítido dos novos critérios é o aumento do número de alunos que passaram a utilizar o restaurante universitário, o “bandejão”, após mudanças para receber auxílio alimentação. Mesmo com o benefício da taxa-zero em vigor, a alimentação dos é uma das pautas de discussão do Fórum. Vale ressaltar que desde o retorno das atividades, os alunos sofrem com horas de fila e o curto período de intervalo entre as aulas, o que dificulta seu bem-estar.
Participação Estudantil em queda
Apesar das discussões produtivas, a mobilização estudantil enfrenta uma crescente de desafios. Um estudante do curso de Jornalismo, que preferiu não se identificar, destacou a queda no engajamento desde a última greve, especialmente após os cortes nos auxílios estudantis. "A realidade é que muitos estudantes sentem que os esforços não têm resultado e acabam se desmotivando. Sem o suporte financeiro, a adesão dos alunos aos CAs e aos movimentos está mais baixa," disse ele.
Segundo ele, há uma sensação de que as dificuldades enfrentadas nos últimos anos, agravadas pela pandemia e por sucessivos cortes no orçamento, estão impactando profundamente o ânimo dos estudantes para se mobilizar. “Depois da greve, parece que ficou mais difícil para os CAs alcançarem os alunos e recuperarem essa vontade coletiva de lutar,” acrescentou.
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