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FCS promove GT contra assédio e discriminação

  • Foto do escritor: Comunica Uerj
    Comunica Uerj
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

Entenda a iniciativa e saiba como participar


Por Mariana Guimarães


Reprodução: Instagram/FCS


No fim do mês de maio, a direção da Faculdade de Comunicação Social (FCS) anunciou a criação do Grupo de Trabalho Contra o Assédio e a Discriminação (GTCAD/FCS) que busca debater, desenvolver e realizar ações educativas e informativas voltadas à prevenção e ao combate dessas práticas no ambiente institucional. A iniciativa foi proposta pela coordenadora de graduação, professora Leda Costa, motivada pela recorrência de casos de assédio e discriminação no contexto universitário. O grupo está aberto à participação de toda a comunidade acadêmica e as inscrições estarão disponíveis até o dia 20/6, pelo preenchimento do formulário


Segundo Leda, a proposta já estava em seus planos desde que assumiu a coordenação, mas faltava a formalização por meio de um documento oficial para que a ação pudesse ser implementada. Marcelo Marcelino, assistente administrativo da FCS, teve participação fundamental na redação do documento e na definição dos principais caminhos de atuação do grupo de trabalho. A iniciativa contou, também, com o apoio e a colaboração da diretora Patrícia Sobral.


A Uerj possui uma Política Institucional de Combate aos Assédios, Discriminações, Racismo e Injúria Racial. Nesse contexto, o GT surge como uma medida alinhada à comissão permanente da universidade, com foco nas especificidades da FCS. O grupo propõe reunir funcionários, técnicos-administrativos, docentes e, principalmente, estudantes.


De acordo com uma pesquisa do Observatório de Estudos Avançados em Iniquidades, Desigualdades e Violências de Gênero e suas Múltiplas Insurgências, da Unicamp, entre 2014 e 2024, universidades federais brasileiras registraram cerca de 450 Processos Administrativos Disciplinares (PADs) por assédio moral, evidenciando a frequência desse tipo de violência no ambiente acadêmico. No mesmo período, foram contabilizados 303 PADs por assédio sexual, com aumento expressivo em 2023 — impulsionado pela maior visibilidade do tema e pelo crescimento das denúncias.


Embora os dados se refiram às instituições federais, refletem uma realidade comum a diversos contextos universitários. Nesse cenário, iniciativas locais como o GT da FCS tornam-se fundamentais para fortalecer mecanismos internos e atuar na prevenção de forma mais efetiva. 


A coordenadora também aponta as limitações do grupo e o que se propõe a ser desenvolvido: “A gente tem uma limitação de atribuição, porque a Uerj já possui uma política institucional para o encaminhamento de casos de assédio e discriminação. Mas a gente sentia falta — eu, particularmente, sinto — de que, sobretudo os alunos, tivessem um espaço no qual pudessem discutir, refletir e elaborar formas de enfrentamento. Pensar, por exemplo, em fazer um levantamento com estudantes e funcionários se já presenciaram casos, se já sofreram assédio, o que mais aflige a comunidade acadêmica da FCS em relação ao assédio e à discriminação.”


Ela citou ainda outras ações que pretende implementar com o grupo, como palestras, oficinas e debates que tratem sobre o que são essas violências, de que forma se manifestam e como reconhecê-las. As atividades também terão foco no acolhimento de possíveis vítimas, orientando sobre quais medidas devem ser tomadas e para aonde os casos devem ser encaminhados 


A professora finalizou destacando a importância de uma convivência pautada na responsabilidade coletiva, voltada para a prevenção e a educação, como caminho para a construção de um ambiente universitário mais saudável.


Além da criação do GT, uma ação que demonstrou grande importância diante de casos de assédio registrados nas últimas semanas foi a atuação de um grupo formado exclusivamente por mulheres, já existente na comunidade discente. O grupo, que há algum tempo funciona como espaço de troca cotidiana, acolhimento e alerta, ganhou ainda mais relevância como rede de apoio frente aos episódios. Nele, estudantes compartilham relatos e informações sobre situações vivenciadas na faculdade, fortalecendo ações de prevenção.


A iniciativa faz parte de uma mobilização interna do Centro Acadêmico de Comunicação (Cacos) composta por diferentes coletivos da FCS e tem desempenhado um papel fundamental na coleta de denúncias, evidenciando a importância de espaços seguros e exclusivos para mulheres. Estudantes destacam que nem todos os cursos da universidade contam com iniciativas semelhantes, o que revela a necessidade de estimular novas atitudes de apoio e proteção à comunidade discente em outros espaços acadêmicos. 


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