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Faferj comemora 60 anos e recebe deputada estadual mais votada da história da Alerj

Evento no Coart contou com a presença da Dep. Renata Souza (PSOL-RJ), acadêmicos e ilustres lideranças comunitárias


foto: Reprodução Instagram

Da esquerda para a direita: Pró-reitora de extensão e cultura Cláudia Gonçalves (PR-3 Uerj), Mônica Bolsoni (Coart), Derê Gomes (coordenador da exposição e diretor da Faferj), Ana Flávia Magalhães Pinto (Diretora do Arquivo Nacional) e Deputada Estadual Renata Souza.



Por Maria Beatriz



No dia 16 de novembro, dezenas de figuras célebres da resistência popular reuniram-se no Teatro Noel Rosa para dar o pontapé inicial à exposição O poder das favelas: 60 anos de Faferj. Através de uma conversa impactante, o clima era de reencontro e celebração entre as lideranças políticas presentes. Entre depoimentos pessoais e homenagens entre os componentes da mesa, o debate – que por vezes de tão agradável e envolvente conseguia parecer leve, teve também seus momentos de cobrança das autoridades, profundas emoções e principalmente de reivindicação do reposicionamento da favela na história de resistência do Brasil.



Durante os depoimentos vibrantes dos componentes da mesa, se destacaram a bagagem política de Rossino Diniz (presidente da Faferj) e o discurso incisivo da vereadora de primeiro mandato Thais Ferreira (PSOL-RJ), que após apontar inúmeras injustiças no tratamento do Estado ao povo favelado, encerrou revelando que entregará a Medalha Pedro Ernesto para a Faferj em fevereiro, em reconhecimento à sua contribuição à sociedade.



Em entrevista ao COMUNICA UERJ, o historiador Derê Gomes, coordenador da exposição e diretor da Faferj, afirma que é necessário reconhecer a luta das favelas durante a ditadura: “A Faferj foi criada às vésperas da ditadura e com isso ela foi muito invisibilizada. Hoje, na historiografia oficial, quando se fala em resistência à ditadura não se cita a resistência dos negros nem dos favelados.” Ele complementa destacando a importância de recontar essa história de apagamento e de enaltecer a força do povo das favelas “Se fala muito sobre o movimento cultural da classe média, de uma classe média branca que resistiu à ditadura, mas as favelas também foram perseguidas. Lideranças das favelas também foram torturadas.”



Criada em 1963, a Faferj, Fafeg à época, se organizou politicamente durante os anos de ditadura através das lideranças das favelas do Rio de Janeiro primeiramente como Federação das Associações de Favelas do Estado da Guanabara. Seus primordiais objetivos, enquanto entidade sem fins lucrativos, são a legalização das associações de moradores; a ajuda na mobilização política; a cobrança de órgãos públicos para as demandas da comunidade e a resistência durante remoções indevidas de moradias nas favelas.


foto: Maria Beatriz Nonato


Ao longo da exposição O poder das favelas: 60 anos de Faferj, imagens tocantes cedidas pelo Acervo Nacional podem ser apreciadas e despertam sentimentos contrastantes. A mostra que conta com fotografias, documentos e textos explicativos consegue contextualizar a honra do heroísmo do povo pobre e favelado, mas expõe também a precaridade enfrentada por ele. As obras relatam as tragédias patrocinadas pelo Estado e inferem a organização política como motivo de repressão durante a ditadura militar.


foto: Maria Beatriz Nonato


A exibição, com curadoria compartilhada entre historiadores e comunicadores, pode ser visitada até o dia 30 de novembro, na Galeria da Passagem, no Coart. A entrada é gratuita e para saber mais informações sobre a Faferj, acesse faferj.wordpress.com.



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