Faculdade de Formação de Professores da Uerj foi reconhecida como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado

FFP recebe honraria e celebra seu legado no Campus São Gonçalo

Por Karen Teixeira

(Foto: Reprodução/Uerj)

Campus São Gonçalo

Em junho de 2023, a deputada estadual Verônica Lima (PT), apresentou o projeto de lei Nº 1.492/2023, que declara a unidade gonçalense da Uerj como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. A aprovação do PL foi publicada no Diário Oficial no dia 17 de abril de 2025. Essa lei autoriza o Poder Público a promover ações que incentivem as atividades culturais da faculdade, incluindo parcerias com outras instituições e garantia de segurança para as pessoas que frequentam seus eventos culturais.

Em tempos em que a educação pública é tantas vezes criticada ou menosprezada, ver a Faculdade de Formação de Professores da Uerj ser reconhecida é um marco de resistência e pertencimento. Esse momento representa a celebração do papel fundamental da instituição na produção científica, formação de futuros professores e na promoção de eventos culturais para a comunidade. 

A Faculdade de Formação de Professores é a única universidade pública no município de São Gonçalo. Criada em 1973, inúmeros alunos de diversos locais do Rio de Janeiro procuram a graduação em cursos de licenciatura como História e Pedagogia, e projetos de extensão, pesquisa e iniciação científica reconhecidos pela Faperj, CNPq e outras agências de fomento. 

Nos comentários da postagem no perfil do Instagram da FFP a notícia foi muito bem recebida por diversos alunos e ex-alunos. Para ir além desses comentários, esta colunista entrevistou três alunos de licenciatura sobre a conquista e os relatos foram positivos. 

Nathalia, aluna de Letras (Português/Inglês), afirma que já sabia da notícia apesar de achar que não foi divulgada tão amplamente e diz que sente muito orgulho de fazer parte dessa faculdade, na sua opinião a maioria dos alunos são bem unidos, criando um sentimento de família. Ela ainda afirma que esse título de patrimônio traz mais visibilidade para esse campus, que mesmo sendo tão importante acaba sendo esquecido.

Já Rafael, também aluno de Letras (Português/Inglês), disse que não sabia desse título mas que agora que ficou sabendo está feliz com o reconhecimento da universidade. Ele reforça como é importante do ponto de vista social ter essa referência em São Gonçalo, um lugar de muitas periferias. Agora que a FFP é referência, Rafael afirma que esse título pode ser mais um ponto positivo para cativar os futuros alunos da instituição. 

Já Jéssica, aluna de História, viu a notícia circular no Instagram, grupos de Whatsapp e nos jornais e também ficou muito feliz pelo reconhecimento, ainda mais por ser a única universidade da região, atraindo estudantes de diversos locais próximos como Itaboraí e Rio Bonito. A estudante ainda ressalta que é um território de grande produção cultural e de pesquisa científica, que abriga, comenta e pesquisa sobre as ações culturais da cidade e do estado. Ainda afirma que esse reconhecimento é muito importante para a criação de mais políticas públicas, como um restaurante universitário, altamente requisitado pelos estudantes do campus.

Com esses relatos é possível perceber que a FFP é muito mais do que uma instituição de ensino. É um lugar de criação de memórias e de pertencimento, que merece mais valorização e reconhecimento por parte da população. Que esse reconhecimento seja apenas o início de mais investimento, mais visibilidade e, principalmente, mais respeito pelo ensino público de qualidade.