Vinícius Ribeiro conta sua trajetória profissional, trazendo detalhes do seu novo lançamento “On: Uberização - o que você não vê”
Por Sabrina Massuia
Reprodução: Vinícius Ribeiro
Frame de On: Uberização - O que você não vê
Trazendo críticas à estrutura capitalista e liberal, On: Uberização - O que você não vê (2024), de Vinícius Ribeiro, retrata as mudanças nas relações trabalhistas consequentes do processo de uberização, modelo de trabalho baseado nas plataformas digitais, e como as pessoas afetadas se organizam para resistir diante disso. Transmitido no III Festival de Curtas da Tia Nilda entre os dias 17 a 20 de outubro, na Arena Dicró.
Reprodução: Vinícius Ribeiro
Making-off de On: Uberização - O que você não vê
Vinícius afirma que se inspirou na sua própria experiência: “Eu estou fazendo cinema desde 2015, mas eu não sou uma pessoa que tem dinheiro. Então em 2019, eu fui trabalhar como entregador de aplicativo. É um trabalho muito ruim, inclusive.”
A partir daí surgiu a ideia de fazer uma trilogia do trabalho, após uma amiga propor a realização de um projeto para considerar-se a um emprego de dados de imagem, em 2023.
Reprodução: Vinícius Ribeiro
Patrocinado pela Prefeitura do Rio e pela Secretaria Municipal de Cultura e com a produção de Fotoguerrilha e Coletiva Delas, o curta é o segundo dessa trilogia, sendo o primeiro Entregadores (2020). A saga segue a narrativa dos trabalhadores da periferia e as dificuldades diárias que enfrentam. “(O entregador) tem um lugar social diferente, pedalar é a coisa que está mais baixa em remuneração e de como vão lhe ver”, aponta Vinícius ao falar da sua vivência.
O terceiro curta deste projeto já está em fase de produção e será focado no Movimento Unido dos Camelôs (MUCA), que o diretor acompanha desde 2022.
Quem é Vinícius Ribeiro?
Reprodução: Vinícius Ribeiro
Criado entre a Estrada da Posse em Santíssimo e o Barata em Realengo, na Zona Oeste do Rio, é cineasta há quase 10 anos e além de On: Uberização - O que você não vê, dirigiu os filmes Sobreviver (2016), Dame Candolle (2016), Sob o Mesmo Teto (2017), Entregadores (2020).
Estuda Jornalismo na Uerj e também é midiativista, fotógrafo e faz parte do coletivo de ativismo Fotoguerrilha desde 2017. Frequentou a escola de cinema Darcy Ribeiro e é formado em documentário pelo Cinema Nosso e em Comunicação Popular pelo Núcleo Piratininga de Comunicação, onde produziu seu primeiro projeto e diz ter, de fato, aprendido a fazer e praticar cinema.
Tem como inspiração artistas como Emilio Domingos e Cavi Borges, mas também no seu próprio trabalho e o que vê no dia a dia. Afirma que a maior dificuldade de ser cineasta independente no Brasil é a falta de investimento, que é muito escasso.
“Como a gente não tem dinheiro, temos que trabalhar duas coisas: a criatividade e tentar alguma forma de financiamento.”
Por outro lado, por seus trabalhos terem um viés social gerador de debates, traz uma espécie de realização profissional que vai para além do financeiro, fugindo do padrão visto, de modo geral, dentro do audiovisual.
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