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Eleições Gerais 2023: Chapa 20 - Renova Uerj

‘O papel é ser representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, é isso que cabe à reitoria, a bandeira é a da tocha, não é outra bandeira.’


foto: Internet


Por Giovanna Guitarrari



A chapa 20, Renova Uerj, é encabeçada por Maria Isabel de Castro Souza, professora titular na Faculdade de Odontologia e docente do Curso de Mestrado Profissional em Telemedicina e Telessaúde/Hupe/Uerj, e Jacques Fernandes Dias, professor-adjunto da Faculdade de Tecnologia, campus Resende da Uerj, para vice-reitor. Em entrevista, Maria Isabel conta sobre suas propostas e indagações em relação a situação atual da Uerj.


1) Qual a sua principal proposta para a Uerj e como pretende viabilizá-la?


A nossa principal meta, que a gente coloca muito nos nossos discursos, é que a gente quer uma instituição de verdade, que seja sustentável, integrada e plural. Ser sustentável não só do ponto de vista do meio ambiente, onde a gente precisa trabalhar essas questões de fato no nosso dia a dia, que são importantes, mas também de ela ter sustentabilidade nas suas ações, nas suas políticas institucionais, na questão orçamentária, no planejamento, então isso é ser sustentável. Do ponto de vista de integrada, a gente começa já fazendo, através da chapa, que pela primeira vez na história da universidade a gente tem um professor que vem de uma unidade regional (Resende) para participar desse contexto, são unidades com número muito grande de alunos, de estudantes, de servidores técnicos, de servidores docentes, e que muitas das vezes não se sentem representados dentro da administração central, se sentem à parte, são chamados “campi externos”, e na verdade ele é externo a quê? Só porque não está aqui dentro do campus Maracanã? E o terceiro ponto é a pluralidade, no sentido de que temos políticas institucionais, mas a gente tem que preservar a individualidade e as diferenças, e dentro dessas políticas a gente abarcar essas diferenças, a gente coloca muito a questão da mobilidade dos nossos estudantes, os estudantes de Resende têm problema diferente do estudantes de Friburgo, tem diferença do problema do Cap, os alunos que precisam ir para outros campi, a questão da moradia. Então, ser sustentável, integrado e plural é mais do que uma ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis), ou qualquer coisa relacionada ao meio ambiente, é uma questão de uma visão da universidade, daquilo que ela tem como compromisso para dentro e para fora.



2) Como avaliam a situação atual da Uerj?


Temos várias situações atuais da Uerj, o ponto de vista orçamentário a gente vivencia uma situação que não é só nossa, é uma situação também do governo do estado, uma situação que nós vamos ter problemas em 2024 por conta de várias conjunturas, mas também inclusive por falta de gestão e planejamento, então isso recai sobre os nossos ombros também essa nossa responsabilidade, porque não é só botar na conta do outro aquilo que a gente não fez, esse é o primeiro ponto. Segundo ponto, uma desarticulação total com os organismos institucionais, as PRs (Pró-Reitorias) elas não se falam, não se complementam, não se observam, não trabalham em conjunto; os outros órgãos como SGP (Superintendência de Gestão de Pessoas), DAF (Diretoria de Administração Financeira), também são a eles atribuídas situações, mas de não resolução, somente demandas por obrigação, mas que não se para pensar, justamente planejar, sobre essas demandas. Então, o que a gente vê é um descompasso total no ponto de vista de planejamento e administrativo. Acaba que para a unidade acadêmica, que é a que executa a missão institucional na conta, é cada um por si, cada um tentando fazer aquilo que de melhor pode ser feito para não deixar a peteca cair, quando na verdade quem tem que ficar com essa batuta na mão, gerenciando, demandando, dando apoio para que essa missão ela seja cumprida da forma mais plena possível é a administração central, é a reitoria, é ela que tem o poder de diálogo. Quando eu digo “aquela sala ali é de uma determinada área, resolve com ele”, eu estou tirando o meu compromisso de estabelecer conexões, eu estou criando situações de conflito.



3) Vocês pretendem ser um representante da Uerj junto ao governo do estado ou um representante do governo do estado junto à Uerj?


O papel é ser representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, é isso que cabe à reitoria, a bandeira é a da tocha, não é outra bandeira. A gente tem que ter relação aberta, franca, de parceria, porque nós somos uma vinculada ao governo do estado, uma instituição que também tem um papel a cumprir perante a população fluminense, mas que tem que manter sua autonomia, não ter subserviência, são coisas diferentes. Eu te digo, com a experiência que eu tenho de administração dentro e fora da universidade, é possível ser feito isso, é muito possível, porque quando eu estive lá, eu sempre representei a universidade, sempre fui a favor da universidade públicas, e jamais tivemos ou fiz qualquer tipo de ação que desenvolvesse qualquer questão de subserviência das universidades com o governo do estado, jamais.



4) Caso sejam eleitos, os Auxílios Saúde e Educação serão mantidos?


Sim, é muito importante que a gente mantenha esses auxílios até porque hoje, pelo menos o Auxílio Saúde, dá a quem é servidor na ativa, e eu fiz um vídeo inclusive falando porque não ter colocado os inativos, os aposentados? Que eles são a ponta que mais precisa por conta da idade, nesse momento a gente não tem nada que possa inclusive substituir a questão da saúde. Os auxílios precisavam ter sido previstos e não foram na proposta orçamentária de 2022 para 2023, então por isso que houve esses compassos de pagamento. Enfim, a gente não fez nenhum tipo de previsão, coisas que eu tenho apontado no início do ano: vai faltar dinheiro, a gente tem que acessar outros fundos, a gente precisa olhar para a precariedade dos próprios auxílios, eles têm que se tornar perenes, mas eu não estou falando da minha própria cabeça, eu estou falando porque eu busco as informações em bases sólidas, e aí dentro do governo do estado, através das secretarias, servidores técnicos que eu conheço, para me dizerem como é que é o panorama, a gente precisa se planejar.



5) A universidade passou por forte expansão nos últimos anos, com a criação de novos campus e a incorporação da Uezo. Esse crescimento é autossustentável?


Ele é autossustentável se for planejado, se a gente não tiver planejamento, não vai ter sustentabilidade, uma sustentabilidade da própria atividade que ali está sendo colocada. A gente tem por exemplo Vaz Lobo, a que se destina o prédio de Vaz Lobo? A universidade passou esses anos fazendo obra, gastando dinheiro, recursos, e a gente não sabe que tipo de atividade será colocada lá. Em contrapartida, hoje (26/10), a chuva que teve de manhã, as salas de aula do Haroldinho (Instituto de Química) com cascata de água, como assim? A gente não pode ter nada na universidade que seja em detrimento de outra coisa, a gente não pode crescer para fora se dentro não está consolidado. Então, se a gente vai abrir um campus da medicina, que bom, mas a minha medicina aqui, em Vila Isabel, as salas de aula e os laboratórios dos alunos de graduação têm que estar 101%, eu não posso ter a estrutura da FCM (Faculdade de Ciências Médicas) caindo aos pedaços, e fazer obra num novo campus.



6) Que providências pretende tomar em relação às irregularidades na concessão de bolsas, inclusive para cabos eleitorais de políticos?


Eu acho que a gente tem que respeitar as regras, as leis, e acreditar nos órgãos da instituição. Todo mundo tem direito ao contraditório, todos temos direito de dar as nossas explicações, tudo precisa ser apurado com transparência para que todo mundo saiba o número do processo, aquilo que está sendo feito, os encaminhamentos, respeitando o sigilo, respeitando a imagem das pessoas. A ideia nunca pode ser expor a universidade, se ela sangra para fora é muito ruim para todos nós aqui dentro, mas a gente precisa entender que precisa ter ética, existe um estatuto ao qual nós somos subordinados, os servidores públicos, e existem regras que precisam ser respeitadas. E, vou dizer para você que, pior do que as irregularidades com as bolsas, é a situação do assédio dentro da universidade, pior do que uma pessoa ganhar qualquer dinheiro, porque o que a gente tem vivenciado na universidade, tem tantas pessoas adoecendo por conta disso que nem com todo dinheiro do mundo isso ia resolver.







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