top of page

Do Bronx ao Oliveira: o peso de andar para frente

  • Foto do escritor: Comunica Uerj
    Comunica Uerj
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 23 horas

Charles desafia a lógica mais uma vez e mostra que ele não é para todos


Por: Luis Felipe


Reprodução: UFC

ree

Ex-campeão dos pesos leves do UFC e detentor do recorde de maior número de finalizações da organização, Charles já tem lugar garantido na história do MMA. Entretanto, ao pedir a oportunidade de liderar o card principal no Brasil, no dia 11 de outubro, contra o duríssimo Rafael Fiziev — menos de três meses depois de ser brutalmente nocauteado pelo atual campeão Ilia Topuria — o lutador reforça sua alcunha de O Iluminado.


Voltando há alguns meses, quando foi anunciado o UFC 317, especialistas e fãs do esporte demonstraram preocupação com as estratégias adotadas por Charles e como isso, contra um pugilista de altíssimo nível, poderia ser fatal. Os memes sobre “o que importa é estar feliz e andar para frente em um timing gigantesco” tomaram as redes e foram amplamente reproduzidos após o amargo resultado em Las Vegas. Todavia, apesar das críticas pré-luta, o brasileiro sempre desafiou a lógica e venceu no estilo “Charles Oliveira de ser”. Quem, em 2015, após a derrota por desistência para Max Holloway, diria que aquele jovem franzino e com cartel irregular se tornaria um fenômeno midiático, campeão e amado por toda a comunidade apenas alguns anos depois? Ou que construiria o legado que possui no esporte mesmo após ter sido diagnosticado com sopro no coração na infância?


O comprometimento que o atleta mantém com suas raízes — que o levaram ao topo do mundo, em 2021 — é evidente em sua motivação ao aceitar essa luta com alto risco e baixa recompensa. Perto de completar 36 anos, o lutador nascido e criado no distrito de Vicente de Carvalho, na Baixada Santista, sabe que não tem mais muito tempo de carreira e que precisa aproveitar as oportunidades de lutar perto do seu povo. Em entrevista ao canal Ag Fight, ele ressaltou o quanto valoriza de onde veio e os fãs que o apoiam:


“Por muitas pessoas que não têm visto nem condições de ir aos Estados Unidos para me assistir. Faz muito tempo que eu não luto no Brasil. Muitas pessoas que têm vontade de me ver não têm condições financeiras, não têm visto nem passaporte para tentar fazer isso. Elas vão poder fazer um esforcinho a mais pra me assistir.


Eu sempre falei assim: ‘A favela vai descer’. E, dessa vez, de verdade, a favela vai descer. Na coletiva de imprensa e na pesagem, o povo brasileiro vai estar lá, falando o meu nome, gritando por nós, mandando aquela energia positiva. E no dia da luta vai ser isso. Então, assim, estou muito motivado e muito feliz” – disse o lutador.


Charles, em síntese, acostumou-se a andar para frente contra todos e tudo que aparecia em seu caminho. Quando se usa os “óculos metafóricos” que enxergam apenas a saída mais coerente, perde-se a capacidade de ver além da lógica. Charles “Do Bronx” é o lutador com mais coração que já pisou no octógono do UFC. Por isso, aqueles que valorizam apenas a glória conquistada nas vitórias não compreendem O Iluminado — que anda para frente e é feliz ao assumir riscos por seus valores.




1 commentaire


clara motta
clara motta
há um dia

grande Charles Oliveira 👏🏻👏🏻

vai encerrar a carreira bem ☝🏻

J'aime
bottom of page