Diabéticos têm prioridade no bandejão da Uerj, mas direito é pouco conhecido
- Comunica Uerj
- há 23 horas
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‘Diabéticos não pegam fila no RU da UERJ! Só que ninguém sabe disso’, alertou aluna em suas redes sociais após descobrir o benefício
Por: Gabriel Gatto
Reprodução: site do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Poucos sabem, mas pessoas com diabetes possuem preferências em filas que podem representar risco à saúde. No Restaurante Universitário da Uerj – o famoso bandejão – não é diferente. Com esperas que chegam a até uma hora e meia, a medida funciona como garantia de bem-estar para estudantes que não podem ficar longos períodos sem se alimentar.
Um dos principais riscos para pessoas com diabetes é a hipoglicemia, caracterizada pela queda do nível de glicose no sangue. A condição pode provocar sintomas como náusea, tontura, tremores, visão embaçada e sonolência. Em casos mais graves, pode levar a desmaios, confusão mental e até mesmo à morte.
Esse direito só ficou evidente para Rebeca Freitas (24), do nono período de psicologia, quando ela passou mal na fila do bandejão: “Eu falei com o segurança que eu era diabética e estava passando mal, que estava a muito tempo na fila. Perguntei se tinha que ser assim sempre e ele me disse que não, que eu não precisava pegar fila. Eu já estava na faculdade há dois anos!”
Após esse episódio, a aluna compartilhou tal descoberta em suas redes sociais com a seguinte frase: “Diabéticos não pegam fila no RU da Uerj! Só que ninguém sabe disso.”
Reprodução: Arquivo pessoal Rebeca Freitas

Com a repercussão desse post, Rebeca criou uma comunidade via Whatsapp chamada “Diabéticos Uerjianos”, que serve como acolhimento para outros alunos diabéticos e facilita a troca de informações sobre cuidados e situações de risco.
A estudante Jullia Zumpichiatti, que participa do grupo, explicou como esse acolhimento é importante para os alunos: “Me senti abraçada. É muito difícil as pessoas falarem que têm diabetes, e vendo que o grupo foi enchendo cada vez mais de gente eu fui percebendo que tem pessoas igual a mim na Uerj. A gente se entende, a gente se ajuda. É uma forma de resistência muito importante.”
Mesmo com o direito garantido, muitos alunos ainda não recebem orientação clara sobre como exercê-lo. A ausência de informações oficiais da universidade faz com que a prioridade seja conhecida, na prática, apenas por quem descobre por conta própria ou por meio de colegas. Rebeca destaca a importância e o contínuo desconhecimento desse direito: “Todo período a gente tenta fazer uma divulgação em massa da existência do grupo e dessas informações, tanto que começamos com 20 e agora temos 80 pessoas participando. Mas o que a gente faz ainda está longe de ser o suficiente.”
Como acessar a prioridade?
Para a segurança do Restaurante Universitário, é necessário apresentar carteira de identidade e laudo médico comprovando diagnóstico de DM1 (Diabetes Mellitus tipo 1) ou DM2 (Diabetes Mellitus tipo 2).
Em casos de emergência, aparelhos de monitoramento, como sensor de glicose ou bomba de insulina, também podem ser usados como comprovação.
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