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#ComunicaVêOqueaUerjCurte: Sociedade dos Poetas Mortos: Uma nova visão de liberdade

  • Foto do escritor: Comunica Uerj
    Comunica Uerj
  • há 11 horas
  • 3 min de leitura

Como Peter Weir e John Keating transformam a educação em uma experiência de vida


Por: Gabriel Gatto


O COMUNICA assistiu ao que a Uerj curte. A cada 15 dias, traremos resenhas escolhidas pelos próprios leitores do nosso jornal, que indicam os filmes que mais querem ver analisados no quadro “O que a Uerj curte?”, publicado no Instagram (@comunicauerj). A votação, realizada pelos stories, é um espaço de diálogo que permite que a voz da comunidade universitária também conduza nossas pautas. Nesta edição, o escolhido por vocês foi o clássico Sociedade dos Poetas Mortos.


Reprodução: site IMDB

Sociedade dos Poetas Mortos (1989)
Sociedade dos Poetas Mortos (1989)

Nos conservadores anos 50, a Academia Welton era conhecida pelo seu lema: “Tradição, Honra, Disciplina e Excelência”. O colégio, exclusivo para meninos, prezava por valores rígidos e por uma formação voltada para carreiras tradicionais. No entanto, a chegada de um novo professor de literatura rompe essa rotina previsível e sistemática, apresentando aos estudantes uma nova forma de ensino e de olhar o mundo.


Lançado em 1989 e dirigido por Peter Weir, Sociedade dos Poetas Mortos é mais do que um drama escolar: trata-se de uma reflexão sobre o poder da educação e o valor da liberdade, sendo uma obra que marca a vida de seus espectadores desde o seu lançamento até os dias atuais.


O professor novato John Keating, interpretado de forma encantadora pelo eterno Robin Williams, quebra a figura autoritária típica do professor daquela instituição ao introduzir uma maior aproximação com os alunos e atividades que estimulam a expressão e a análise individual.


Sua primeira lição gira em torno de uma frase: Carpe Diem (aproveite a vida). Esse é o ponto de ruptura daqueles estudantes com os quatro pilares da instituição. Enquanto a Academia Welton queria formar homens obedientes, Keating queria formar homens livres – promovendo, assim, uma nova rotina em que os alunos passam a olhar para a vida além da rigidez das regras e dos destinos impostos.


Cada um dos jovens é tocado de uma maneira distinta por esse lema. Entre os principais, o apaixonado Knox Overstreet (Josh Charles) se lança em um amor improvável. Já o novato Todd Anderson (Ethan Hawke) supera a timidez e descobre sua própria voz, se desvinculando da sombra de seu irmão. E, finalmente, Neil Perry, o líder do grupo, talvez o mais impactado por Keating, encontra coragem para assumir sua verdadeira paixão pelo teatro, em vez de se submeter a um futuro imposto por seu pai.


À medida que os alunos se permitem experimentar novas ideias e se libertar das imposições de Welton, a escola se transforma em uma segunda casa — um lugar onde passam o dia descobrindo novas amizades, paixões e identidades que não poderiam aflorar sob a rígida autoridade dos pais.


Esse contraste entre escola e lar se evidencia de forma mais intensa na relação de Neil com seu pai. Enquanto com Keating ele encontra liberdade e incentivo para seguir seus sonhos, em casa enfrenta a pressão de viver sob um destino já traçado, sufocando desejos em nome das expectativas familiares e sociais. Essa tensão entre a autoridade do pai e a orientação docente revela a força do papel do professor como guia — não para moldar destinos, mas para permitir que cada jovem descubra o seu próprio caminho.


Reprodução: site IMDB

Ethan Hawke, Robin Williams, Robert Sean Leonard, Josh Charles, François Duhamel, Gale Hansen, Dylan Kussman, Allelon Ruggiero e James Waterston em Sociedade dos Poetas Mortos (1989)
Ethan Hawke, Robin Williams, Robert Sean Leonard, Josh Charles, François Duhamel, Gale Hansen, Dylan Kussman, Allelon Ruggiero e James Waterston em Sociedade dos Poetas Mortos (1989)

Peter Weir consegue transportar o impacto de Keating para além da tela, nos fazendo lembrar daquele professor que, em algum momento de nossas vidas, nos inspirou a enxergar o mundo de uma maneira diferente. Sociedade dos Poetas Mortos é, assim, uma homenagem ao papel transformador da docência e um lembrete que de que cada instante é uma oportunidade de viver plenamente


Nota: ★★★★★ 5 estrelas

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