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Como estudantes da Uerj lidam com saúde mental?

  • Foto do escritor: Comunica Uerj
    Comunica Uerj
  • 18 de jun.
  • 2 min de leitura

Grande volume de trabalhos e inacessibilidade de serviços de atendimento psicológico estão entre os principais desafios


Por Elenna Cruz


Foto: Elenna Cruz

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Saúde mental é um dos temas mais acessados no COMUNICA UERJ. Considerando que os índices de sofrimento psíquico entre jovens estão consistentemente aumentando, segundo análise, publicada em 2021 na JAMA Pediatrics, entrevistamos discentes de diferentes cursos e descobrimos que essa é uma questão que atravessa a vida dos estudantes. Os problemas enfrentados, apesar de particulares, são profundamente influenciados por questões econômicas e sociais. 


Uma queixa comum é sobre o tempo demandado pela universidade: além de fazer várias disciplinas ao mesmo tempo, cada uma com seu volume de tarefas, vários precisam trabalhar enquanto estudam. Por isso, muitas vezes as realizações pessoais e o lazer são deixados de lado, o que é perigoso, porque leva a sentimentos de ansiedade e infelicidade. Para Luca Faccin, estudante de Direito, um dos maiores desafios é encontrar esse equilíbrio. É necessário, em meio aos estudos, planejar também os momentos de diversão. Apesar de às vezes parecer necessário focar 100% na vida acadêmica para ser bem-sucedido, isso traz danos imensuráveis a longo prazo, já que o estresse é um dos maiores impeditivos do aprendizado.


Miguel Brito, estudante de Engenharia de Produção, diz que o deslocamento entre o estágio externo, casa e o Campus Maracanã consome muito tempo. Para fazer essa conciliação, algo que o ajuda é manter os materiais da faculdade organizados no celular, já que podem ser acessados em qualquer lugar. As agendas digitais também são úteis para a organização dos horários, porque perceber a rotina visualmente ajuda a evitar a sobrecarga e a procrastinação. Essa sugestão veio também de Iris Midlej, estudante de artes, que utiliza alarmes para lembrar de intercalar os momentos de trabalho e descanso. 


Algo que parece ser unânime é a importância das amizades e redes de suporte. Apesar de hobbies individuais, como ler ou compor músicas, serem interessantes, nada pode substituir os benefícios das atividades em grupo, principalmente aquelas que movimentam o corpo, como dança e esportes. Miguel contou que frequentar as aulas de dança que ocorrem na concha acústica às 16h toda terça e quinta o tornou uma pessoa muito mais sociável e confiante. Já Luca participa da atlética com seus amigos.


Em relação aos serviços de atendimento psicológico, estes ainda parecem ser inacessíveis à grande maioria. Para Luca, fazer terapia é uma grande ajuda e sua família consegue pagar um psicólogo particular. Iris, diagnosticada com depressão, não tem esse privilégio, e relatou dificuldade em conseguir um horário no Serviço de Psicologia Aplicada da Uerj, que é gratuito. Ela sugeriu que cada instituto deveria contar com um psicólogo próprio para que as necessidades dos alunos sejam ouvidas, como a possibilidade de justificar faltas ou atrasos de trabalhos em momentos de crise, ou quando ocorre um evento traumático na universidade.  


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