top of page

Como a acessibilidade se faz presente no maior complexo de arte em universidade pública no Rio de Janeiro, localizado na Uerj.

  • Foto do escritor: Comunica Uerj
    Comunica Uerj
  • 16 de set.
  • 2 min de leitura

Por: Luiza Lara


Reprodução: Luiza Lara

Galeria Candido Portinari, onde aconteceu a ocupação LAC.
Galeria Candido Portinari, onde aconteceu a ocupação LAC.

O Departamento Cultural da Uerj é o maior complexo de arte em uma universidade pública no Estado do Rio de Janeiro, segundo o próprio Decult, e conta com o trabalho do Laboratório de Acessibilidade Cultural (LAC) desde 2019 com o objetivo de viabilizar o acesso às atividades promovidas na universidade à comunidade interna e externa. Por ser uma unidade de desenvolvimento tecnológico, o laboratório funciona através de edital e tem vigência prevista até fevereiro de 2026. A expectativa de sua equipe é de que, um dia, as políticas de acessibilidade cultural sejam reconhecidas e implementadas de forma permanente.


Entre os dias 1° a 5 de setembro aconteceu a Ocupação Laboratório de Acessibilidade Cultural na galeria Cândido Portinari, localizada no campus Maracanã. Foram ministrados minicursos e mesas sensoriais, com abordagem de temas como fotografia, cultura surda e reflexão acerca do capacitismo.


Atualmente, são práticas dos setores culturais da Uerj a recomendação de intérpretes de Libras em eventos, audiodescrição de imagens nas galerias e organização de visitas táteis nos teatros; a visita tátil é uma atividade voltada para o público deficiente visual, e leva os participantes ao palco com o intuito de possibilitar reconhecimento e contato com os elementos, cenários e espaços.


No caso de apresentações de orquestra, a atividade leva o grupo para tocar nos instrumentos com supervisão dos músicos. Esse contato possibilita ainda que os artistas levem o conhecimento e a prática adiante, funcionando como uma espécie de trabalho formativo e multiplicador, como definiu em entrevista ao COMUNICA Raphael Arah, bolsista Qualitec do LAC.

Para Raphael, acessibilidade começa na comunicação e na chamada acessibilidade atitudinal, através de suporte e atendimento adequado. É, para além de tecnologias e recursos, uma postura de acolhimento. “É um trabalho em conjunto […] não adianta a gente só querer oferecer recursos de acessibilidade se a gente não faz uma formação de público usuário dos recursos”, afirmou Raphael, ressaltando a necessidade de pensar no público desde a divulgação das ações, para que os recursos disponíveis os alcancem de fato.


É importante frisar também que ações como essa devem ser pensadas por pessoas com deficiência (PcD), e não só para elas; a acessibilidade deve estar presente desde a elaboração desses projetos e na quebra de paradigmas no que diz respeito às concepções do que é ser PcD.


Mais do que seguir protocolos e possibilitar acesso, a universidade tem, através de iniciativas como o LAC, promovido a capacitação de alunos e bolsistas para melhor atendimento às diversas demandas de pessoas com deficiência.


De acordo com o censo realizado pelo IBGE em 2022, pessoas com deficiência representam 7,4% da população do Rio de Janeiro, o que representava, naquele ano, cerca de 1,34 milhão de pessoas. A inclusão no grande complexo de arte uerjiano é um marco importante, e faz-se necessário que a preocupação com acessibilidade seja perpetuada para além dos muros da Uerj.



Comentários


bottom of page