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‘Com três mililitros de sangue você pode salvar uma vida’

Funcionária do Hupe diz que a ausência de posto de coleta no Campus Maracanã dificulta a ampliação do número de doadores de sangue


Por Luciano Alves    Redator: Matheus Araújo


Quem vê Alice de Souza, funcionária do Hupe (Hospital Universitário Pedro Ernesto), com cartaz voltado a angariar voluntários para campanha de doação de sangue, pode até imaginar que a iniciativa tem sido exitosa, mas não é o que vem ocorrendo. A baixa adesão da comunidade escolar do Campus Maracanã à iniciativa seria o resultado, afirma, da ausência de um posto de coleta no campus, especialmente no Pavilhão João Lyra, onde hoje atua buscando conscientizar a comunidade a aderir à campanha.


Foto: Luciano Alves



Alice de Souza divulgando doação de sangue


Ainda assim, a profissional explica a importância da iniciativa, pois o posto de divulgação serve para ampliar o número de doadores voltados para o Serviço de Hemoterapia Herbert de Souza, do Hupe, que fica na Avenida Boulevard 28 de Setembro 109, Vila Isabel. O banco de sangue funciona numa casa instalada ao lado do hospital, e recebe pessoas de segunda a sexta, das 8h até às 15h para realizar os procedimentos, que podem ser doação de sangue ou cadastro para doação de medula óssea.


Doação de sangue e de medula óssea

Para doar sangue é necessário levar documento de identificação original com foto e ter mais de 50 kg, nenhum piercing na boca, além de ter se alimentado e bebido bastante água no dia agendado. É preciso que o doador tenha até 69 anos. Para doadores com menos de 18 é necessária a autorização do responsável. Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só podem doar sangue se já o tiverem feito anteriormente. O doador passa por um processo de triagem no qual é verificada a pressão e realizado o teste de anemia. Além disso, preenche um questionário para avaliar a aptidão para doação, respondendo questões acerca do uso de medicamentos e de histórico de doenças.


No caso da doação de medula óssea, não há restrições. Basta apenas que a pessoa leve um documento oficial com foto e tenha entre 18 anos e 35 anos de idade. A doação de sangue, nesse caso, é bem menor (3 mL), e o material será submetido a testes que vão identificar características genéticas que poderão ser incluídas no cadastro do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea.

Esse cadastro fica disponível publicamente, e caso seja verificada a compatibilidade do doador com alguém que esteja precisando receber medula (o que é algo raro), a pessoa é chamada para fazer a doação. Em seguida, o doador é contatado e submetido a procedimento de retirada da medula, atualmente muito mais simples do que no passado. A pessoa é liberada no mesmo dia, e sua medula se regenera rapidamente. O doador, nesse caso, fica dispensado do trabalho por três dias e ainda ganha isenção nas taxas de inscrição em concursos públicos.


Alice afirma que a vida sexual dos candidatos a doadores é objeto de avaliação. Se a pessoa teve múltiplos parceiros sexuais ao longo do último ano, seu nome será cortado. Também salienta que não existe nenhum impedimento para a comunidade LGBTQIA+ vir a participar, existindo, inclusive, dias reservados para este público, caso prefiram.

“A questão mesmo é ter boa saúde, só isso!” Todo o procedimento, incluindo a doação, dura no máximo 40 minutos. O doador é acompanhado por uma equipe de enfermagem e ainda ganha um dia de folga no trabalho.


A diferença entre a vida e a morte


A funcionária do Hupe explica que a doação de sangue representa uma importante reposição para o estoque do hospital, que realiza mensalmente inúmeras cirurgias. Já o caso do cadastro para doação de medula pode fazer a diferença entre a vida e a morte de uma pessoa.


Nos dois casos, “alguém só tem a ganhar e o doador, nada a perder”, como está no folheto que Alice distribui. Ela diz: “Falta veículo de informação, eu acho que todos os eventos públicos, como jogos de futebol, deveriam ter divulgação.”


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