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’Carnaval é a cobertura mais difícil que existe’


Evento promovido pelo AudioLab Uerj esclarece as principais questões sobre a cobertura do carnaval.


Foto: Ana Clara Zangrando

Aydano Motta, Leonardo Bruno, Milton Cunha e Rafael Casé.


Por: Ana Clara Zangrando


O jornalista Leonardo Bruno abordou no seminário “Mídia, imaginário e sonoridades” a dificuldade de cobrir o Carnaval graças à diferença de abordagem entre a festa e outras reuniões populares. O evento foi promovido pelo AudioLab da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) cujo objetivo foi debater a influência da mídia sonora em diversas áreas. Foram três dias de eventos com a presença de convidados ilustres da área da comunicação, sendo o terceiro dia reservado para um debate sobre a cobertura do carnaval. O evento “Por dentro da avenida: Cobertura sobre o carnaval" ocorreu na quarta-feira (31/5), no auditório 93 da Uerj e foi transmitido ao vivo pelo Youtube no canal do AudioLab Uerj. O evento foi dividido em duas mesas de palestra, mediadas pelo professor Rafael Casé. A primeira foi formada por Aydano Motta, Leonardo Bruno e Milton Cunha, enquanto a segunda mesa trouxe Amanda Ribeiro e Rafaela Bastos. Os convidados falaram um pouco sobre sua experiência em cobrir o maior espetáculo do mundo e quais desafios envolvem essa função.


A transmissão do carnaval foi descrita por Bruno como a mais difícil que existe. A linguagem usada na transmissão do carnaval ao ser comparada com a linguagem de guerra utilizada em transmissões de futebol evidencia que o intuito não é performar jornalismo, mas sim promover entretenimento cultural. A cobertura do carnaval analisa principalmente o recorte que a escola dá a uma narrativa subdividida em quesitos como música, coreografia e lirica. Trata-se de uma cobertura longa, que decifra uma narrativa contada pela escola de samba para um público praticamente leigo no assunto, mas que, ainda assim, se encanta com o espetáculo que está diante de seus olhos.


Milton Cunha, carnavalesco da rede Globo, contou sobre de onde veio sua paixão pelo Carnaval. Destacou várias estratégias que ele utiliza no ao vivo para trazer a imersão do público de casa para a avenida. Um exemplo disso foi a decisão de começar a mostrar o chamado “esquenta” do Carnaval, motivada pela demanda do público conhecer melhor a emoção e energia que é estar na Marquês de Sapucaí no momento do desfile. A ideia de mostrar menos do camarote Globeleza e focar mais na magia das escola fez a audiência disparar. Por isso, Cunha aconselhou a agarrar oportunidades de apresentar coisas diferentes.


Os profissionais incentivaram o interesse ao mercado da comunicação no carnaval, por ser pouco explorado e, em contrapartida, rico em personagens e histórias que só estão aguardando alguém para contá-las. Falou-se sobre a importância de dar visibilidade a profissionais negros na área e as pessoas que trabalham durante todo ano para que o carnaval aconteça. Foi citada a presidente da Mangueira, Guanayra Firmino, que apesar de suas conquistas à frente do cargo, não recebeu a valorização devida da mídia. A principal mensagem deixada é que o profissional de comunicação tem a possibilidade de revolucionar uma construção imagética racista que foi atribuída ao carnaval e valorizar seu papel político, cultural e decolonial.





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