#CaminhosDaUerj Obstáculos aos ônibus no caminho da educação
- Comunica Uerj
- 4 de jun.
- 2 min de leitura
Com horários limitados, superlotação e mudanças nas rotas em dias de jogo, transportes viram obstáculos diários para universitários chegarem ao campus Uerj Maracanã.
Por Felipe Custódio
Foto: Mateus Reis

Localizada no coração da Zona Norte do Rio de Janeiro, a Uerj é atendida por cerca de 40 linhas de ônibus que cruzam a cidade. Para muitos estudantes, esse é o principal meio de transporte até o campus Maracanã. No entanto, a rotina está longe de ser tranquila: congestionamentos, superlotação, atrasos e desconforto fazem parte do dia a dia de quem depende desse modal.
Uma enquete realizada pelo COMUNICA UERJ com estudantes da universidade revelou que o ônibus é mais utilizado por aqueles que vivem no Leste Fluminense, Centro, Zona Sul e Zona Norte da cidade. Já os moradores da Zona Oeste e da Baixada Fluminense optam pelo trem. Essa escolha está relacionada ao tempo de deslocamento.
"Mesmo com seus defeitos, pelo menos sei quanto tempo o trem vai levar. Já tentei ir de ônibus até a Uerj e durou quase três horas. Nunca mais", afirma Mariana Azevedo, moradora de Campo Grande.
Além do tempo, outros fatores dificultam o uso dos ônibus. Linhas com horários limitados, redução da frota e tarifas elevadas impactam quem depende do transporte público intermunicipal. Esses obstáculos tornam o deslocamento uma barreira para a permanência acadêmica, principalmente entre os estudantes de baixa renda.
A situação se agrava nos dias de partidas de futebol no Estádio do Maracanã. Nessas ocasiões, o entorno da Uerj é cercado por bloqueios, policiamento reforçado e uma multidão de torcedores. Com o fechamento de ruas e alterações nas rotas, os ônibus que normalmente circulam pela Avenida Radial Oeste e vias próximas são desviados para outras vias, provocando atrasos significativos e superlotação em outras linhas. Alunos relatam levar até o dobro do tempo habitual para chegar à universidade.
O problema não se limita à chegada. A saída da Uerj também é caótica, com trânsito intenso e aglomeração de torcedores. Professores têm ajustado cronogramas de aula por conta dos jogos, e há casos em que provas e seminários foram adiados para evitar prejuízos aos alunos. Apesar de já ter sido debatida internamente, a situação ainda carece de soluções concretas.
Letícia Barros, estudante de Letras que mora no Méier, utiliza diariamente a linha 232 (Lins x Castelo). Mesmo morando relativamente perto, relata que o trânsito na Rua 24 de Maio e no entorno do Maracanã pode transformar um trajeto de 25 minutos em quase uma hora. "Além do trânsito, a baixa frequência dos ônibus atrapalha muito a rotina", desabafa.
Já Laura de Andrade, estudante de Relações Públicas que mora na Freguesia, em Jacarepaguá, enfrenta outro desafio: a superlotação. Usuária da linha 306 (Praça Seca x Castelo), ela costuma sair da Uerj em horário de pico, por volta das 18h. "Tem dias em que espero mais de uma hora no ponto, porque os ônibus chegam lotados e não consigo embarcar", relata a aluna.
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