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Brasil: um desconhecido para os correspondentes estrangeiros

Atualizado: 12 de abr. de 2023

Foto: ABI | Associação Brasileira de Imprensa


Por Carlos Henrique Cavalcante


A mesa 7 da 1ª Semana Nacional de Jornalismo, organizada pela Associação Brasileira de Imprensa, teve como tema: “O Brasil visto de fora - a imagem do país na imprensa internacional". A conversa contou com a presença de cinco profissionais da área e transitou em temas como correspondência internacional e jornalismo econômico. A primeira parte do debate foi realizada na manhã do dia 30 de março, na sede da ABI, localizada no centro do Rio.


Após apresentar os debatedores do dia, o mediador da mesa, Mário Osava, passou a palavra para Vinícius Assis, jornalista correspondente de países africanos, que trouxe suas experiências na atual profissão. Residindo atualmente na Etiópia, Assis ressaltou que cobrir o continente africano não é fácil e nem barato, devido à dificuldade de conseguir acesso como jornalista em outros países do território e o alto preço das passagens. Vinícius ainda acrescentou que o Brasil tem uma boa imagem internacional, mas fez algumas ressalvas, utilizando como exemplo o aumento de brasileiros presos por levarem drogas à África.


Em seguida, David Biller, diretor de notícias do Brasil no The Associated Press, trouxe sua visão sobre como é exercer a profissão aqui. Biller destacou que não visava o país como um destino profissional, em razão de os jornais americanos olharem mais para o México e países da América Central, deixando de lado a parte sul da América Latina. O jornalista confessou que, antes de chegar ao Brasil, acreditava que o país fosse extremamente parecido com o México, mas constatou depois que possuímos mais similaridades com a sua terra natal, os Estados Unidos.


Diana Kinch, atual editora sênior da S&P Global Platts e especialista em comércio internacional, trouxe um lado mais econômico à discussão. Ela relatou que, ao chegar ao Brasil em 1987, encontrou um país imerso em uma crise econômica, contrastando com a famosa frase do autor Stefan Zweig: “O Brasil é o país do futuro”. Diana afirmou que só começou a acreditar no crescimento econômico do país após seu retorno, em fevereiro deste ano. O que a fez mudar sua visão foi o interesse de nações estrangeiras em investir no país, como exemplo, empresas europeias e americanas que querem desenvolver projetos de aço, metais e baixo carbono no Brasil.


Gilberto Scofield Jr, jornalista e mestre pela UFRJ, complementou o tema da correspondência internacional e trouxe sua experiência como comentarista da GloboNews, na China, entre 2004 e 2008. Scofield enfatizou que ser correspondente implica ter uma percepção humanitária e multifacetada sobre aquele país, e finalizou salientando a importância de ter correspondentes brasileiros em outros países, para que se tenha uma visão nacional sobre o que acontece no exterior.


Finalizando a mesa da manhã, o jornalista Carlos Castilho comparou o fazer jornalismo antigamente e hoje em dia. Para Castilho, o fenômeno da imprensa como instituição não tem futuro, já que o modelo econômico atual não o sustenta mais. Jornais como o New York Times e o The Guardian, que possuem uma determinada característica específica de informação e relação com o público, são os que irão conseguir se manter. O jornalista encerrou sua participação apontando a importância do noticiário local, ressaltando sua proximidade com o público.

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