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Ascensão do tênis de mesa pelas mãos de Calderano

  • Foto do escritor: Comunica Uerj
    Comunica Uerj
  • 13 de jun.
  • 3 min de leitura

Modalidade ganhou atenção dos brasileiros com as recentes campanhas do atleta de 28 anos nas Olimpíadas de Paris e na Copa do Mundo


Por João Pedro Serafim


 Crédito: Ana Varjão

    Grupo de homens de meia idade assistindo a Hugo Calderano nas Olimpíadas 2024
    Grupo de homens de meia idade assistindo a Hugo Calderano nas Olimpíadas 2024

O tênis de mesa brasileiro vive um momento histórico, e o nome por trás dessa transformação é Hugo Calderano. O atleta carioca, de 28 anos, não só foi campeão inédito da Copa do Mundo de tênis de mesa, como também inspirou uma nova geração de atletas e fãs, furando a bolha de um esporte que, por muito tempo, foi popularmente reduzido ao pingue-pongue, atividade recreativa e casual. Com o título histórico que acabou com a hegemonia chinesa e a medalha de prata no Mundial de 2025, Calderano lidera um boom de popularidade que promete transformar o cenário do esporte no Brasil.


Sua ascensão começou há oito anos, quando entrou no top 50 mundial e rapidamente escalou até o pódio global. Nas Olimpíadas de 2024, o atleta já havia se destacado, apesar do resultado final decepcionante. A um passo de chegar à grande final, Calderano vencia por 10 a 4 e dominava o primeiro set quando seu adversário fez oito pontos seguidos e virou a primeira parcial. Após isso, o atleta ainda perdeu a disputa pela medalha de bronze. Apesar desse fim frustrante para o atleta e para milhões de brasileiros que estavam em sua torcida, sua atuação foi fundamental para aumentar a visibilidade do esporte no país.


Já em 2025, ele alcançou um feito histórico: venceu a Copa do Mundo de tênis de mesa em Macau, na China, derrotando o número 1 do mundo, Lin Shindong, por 4 sets a 1. Foi o primeiro título mundial de um atleta das Américas na modalidade, rompendo a hegemonia chinesa. Além da conquista da medalha de prata no Campeonato Mundial em Doha, em que também foi o primeiro atleta das Américas a chegar à final. Todos esses feitos catapultaram o jogador ao topo, ganhando o carinho de brasileiros orgulhosos por suas conquistas.


O efeito Calderano é visível, antes visto como um passatempo, agora o esporte atrai olhares curiosos que querem entender as nuances técnicas – dos saques giratórios às estratégias de jogo. Segundo a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), em 2024, o número de pessoas cadastradas no sistema CBTM Web – plataforma on-line usada pela CBTM para obter informações sobre a prática do esporte no Brasil – chegou a 9.122, um aumento de 211% em comparação ao ano de 2020. 


Daniel Cohen, professor de tênis de mesa das atléticas da Uerj, destaca o crescimento do esporte: “Desde 2024, já havia uma maior procura sobre a prática e sobre saber quem era o Hugo. As pessoas começaram a se interessar pelos detalhes do esporte: como funciona, os golpes e jogadas, quando é que tem jogo. Isso é o mais legal, tentarem entender mais o esporte, não só praticá-lo”, afirmou Daniel.


Apesar desse crescimento visível do tênis de mesa no Brasil, o esporte ainda enfrenta barreiras que impedem uma expansão ainda maior. Na Uerj, Cohen observa que o aumento do interesse ainda não se refletiu nas atléticas, devido à dificuldade de acesso às informações sobre a prática e a desvalorização da modalidade, que ainda é vista como um esporte “menor”. Além disso, o custo dos equipamentos é outro fator que afasta jogadores casuais: uma boa raquete para iniciantes custa cerca de R$ 600, e uma mesa, no mínimo, R$ 1.000. No Rio de Janeiro, clubes como Madureira, Rio Espin, Lua Tênis Clube e Fluminense, são referências na prática, porém sua concentração em áreas afastadas do centro da cidade dificultam o acesso para moradores de regiões mais distantes.


O Brasil está em movimento para aproveitar esse boom do esporte. A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa está investindo em programas como o TMB Platinum, em prol da formação de novos atletas, enquanto a Metodologia Hugo Calderano em parceria com a FitPong, busca levar o esporte para as escolas e academias. O Brasil não só ganhou visibilidade, mas também credibilidade. Com o tênis de mesa brasileiro em alta após resultados do Hugo, o Rio de Janeiro foi escolhido para sediar o Mundial de 2029, demonstrando o impacto dos sucessos recentes de mesatenistas brasileiros e a evolução de sua prática no território nacional.


Para quem tem curiosidade de conhecer mais sobre o esporte, fica o convite para assistir aos treinos de tênis de mesa, que acontecem todas às terças-feiras, das 18h às 19h e das 20h às 21h, no ginásio da Uerj.


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