Arquitetura da Uerj

História e curiosidades sobre a construção da universidade 

Por Lívia Maria Oliveira

Foto: Lívia Maria Oliveira

Campus Francisco Negrão de Lima

Uma das características marcantes da Uerj é sua aparência simples e crua. Esse aspecto pode ser explicado pela arquitetura brutalista das construções do Campus Francisco Negrão de Lima, que se caracterizam, também, pelo uso de materiais como o concreto. Os responsáveis pelo projeto arquitetônico foram os arquitetos Flávio Marinho Rego e Luiz Paulo Conde, definidos por um concurso em 1968. Em dezembro do ano seguinte, iniciaram-se as obras e em 1976 o campus foi inaugurado.

Uma das diretrizes do projeto era que os quatro centros que existiam na época tivessem seus próprios edifícios - como na Cidade Universitária, um dos campi da UFRJ. No entanto, o tamanho reduzido do terreno e o descontentamento de Conde com as dificuldades que os estudantes da Cidade Universitária tinham para chegar e se deslocar dentro do campus, levaram os arquitetos a não atenderem ao pedido inicial. Essa decisão levou a outra característica da universidade: a união dos cursos em um prédio único, o Pavilhão Reitor João Lyra Filho.

“A ideia era criar uma universidade mais realista, socialista. Uma arquitetura crua, mas para atender às pessoas que trabalham e moram na cidade”, relatou Conde, um dos arquitetos, em entrevista ao CTE-UERJ, em 2004.

O edifício principal, Pavilhão Reitor João Lyra Filho, foi dividido em seis blocos, que vão de A a F. Em sua concepção, os blocos de A a E foram destinados para os professores e técnicos administrativos, compostos por sala de professores e escritórios administrativos dos departamentos. Já o bloco F foi destinado aos alunos, com auditórios, bibliotecas, laboratórios e salas de aula.

Em relação à aparência do campus, Anne Beatriz, estudante de Ciências Sociais, o considera bonito, mas simples. Ela sugere a implementação de pinturas ou fotos da Favela do Esqueleto, que ocupava o terreno onde hoje é a universidade, como forma de contar a história do local e manter a memória viva. Já Pedro Moreira, estudante de Engenharia de Produção, gosta da quantidade de luz natural que entra no prédio.

CURIOSIDADES

Você sabia que foi pensada uma passarela para ligar o Pavilhão Reitor João Lyra Filho ao prédio onde está localizada a Coordenadoria de Artes e Oficinas de Criação (Coart), o bandejão e as quadras? A construção tinha como objetivo facilitar o deslocamento dentro do campus. Além disso, as escadas centrais, entre as rampas,  não estavam previstas no projeto, sendo uma exigência dos bombeiros.