Aparelhos já começaram a ser instalados no restaurante, mas funcionários permanecem sem perspectiva de refrigeração na cozinha
Por Everton Victor Redatora: Julia Lima
Foto: Everton Victor
A Pró-reitoria de Políticas e Assistência Estudantil (PR4), já da nova gestão, anunciou em sua conta do Instagram em 19 de fevereiro a climatização no Restaurante Universitário (RU) da Uerj, o bandejão. Demanda dos alunos que perpassa gestões, até o momento os novos refrigeradores não estão em funcionamento. Mesmo com essa conquista histórica por parte dos alunos, o lugar que mais sofre com o calor não recebeu nenhuma promessa de melhora: a cozinha.
Funcionários que decidiram não se identificar relatam como é trabalhar no bandejão: “Acontece de ter funcionários passando mal e desmaiar por conta do calor excessivo.” “Não começaram a implantar a refrigeração, como está acontecendo aqui (na área do refeitório).” As falas escancaram algo pouco debatido na universidade: uma melhor estrutura, não só para os alunos e servidores que se alimentam no RU, mas também para quem mantém diariamente esse ambiente em funcionamento. Eles contam que trabalhar no bandejão é uma experiência boa, mas o calor prejudica…
Apesar de não ter dados sobre a temperatura dentro do ambiente do bandejão, é direito de todos trabalhadores ganharem adicional por insalubridade em grau médio, caso exceda 26,7°C, dependendo das condições específicas do ambiente. O próprio artigo Art. 176 da Leis Trabalhistas garante o conforto térmico: “Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o serviço realizado. A ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não preencha as condições de conforto térmico”Essas, entre outras leis, artigos e portarias, garantem ao trabalhador direitos para atuarem com dignidade em suas funções.
Há algum tempo, esses problemas estão presentes na universidade: a falta de uma estrutura adequada para esses funcionários terceirizados vai além de uma gestão específica. Riscos que colocam em cheque a integridade dos trabalhadores, como é o caso do restaurante universitário: “Na cozinha não tem ventilação praticamente, o exaustor não dá conta.” contou um funcionário, sob a condição de anonimato. Os funcionários contaram que o calor é tanto que, às vezes, prejudica o próprio armazenamento de comidas, como as saladas, que deveriam estar em áreas refrigeradas. Com a implantação e o pleno funcionamento dos refrigeradores nos refeitórios, eles acreditam que o ambiente de trabalho pode melhorar, ao menos, o ambiente do refeitório, local em que estão sendo instalados os refrigeradores.
O Pró-Reitor da pasta, Daniel Pinha, afirmou que planeja melhorar o ambiente da cozinha: “O ambiente de trabalho é fundamental.”, mas por existirem especificações técnicas, mudanças exigem adequações mais complexas e que dependem do esforço de outros profissionais, como arquitetos e mesmo de outras instâncias, como a Prefeitura do campus. A implantação dos refrigeradores no restaurante é uma das medidas a serem adotadas pela Pró-reitoria para melhorar a estrutura do RU.
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